Uma adolescente de 16 anos, acompanhada de sua mãe e de um representante do Conselho Tutelar, procurou Delegacia na tarde de ontem (09) para dar queixa de estupro contra um antigo vizinho da família. Segundo foi informado, a menor foi estuprada quando tinha apenas dez anos de idade pelo suspeito e guardou o segredo por seis anos porque ele a ameaçava constantemente caso contasse para alguém. A mãe desconfiou das atitudes da filha e chegou a desconfiar de um suposto envolvimento com drogas, até que ela contou o ocorrido há dois meses atrás.
A mãe da menor contou que o homem frequentava sua residência porque era conhecido da família e morava em uma casa próxima no distrito de Cana Brava. Informou, ainda, que saía para trabalhar e deixava a filha em casa e, por isso, acredita que o homem aproveitou de um desses momentos para cometer o crime. A menina tinha apenas dez anos na época.
A vítima não contou nada para a mãe durante todos esses seis anos. Contudo, os sinais de que alguma coisa estava errada eram perceptíveis. A representante legal contou que a filha se cortava, não queria frequentar a escola e que até mesmo tentou suicídio, o que a levou a providenciar um acompanhamento psicológico para ela. Mesmo assim, o segredo só foi revelado há dois meses depois que a mãe questionou com firmeza o que afligia a filha.
Segundo a menor, o suspeito ameaça matar ela e sua mãe até hoje caso fosse denunciado, por isso guardou para si o ocorrido por longos seis anos. Enquanto isso, seu sofrimento vem atrapalhando sua vida desde então, inclusive seu rendimento escolar e sua saúde psicológica, segundo informou a mãe.
O caso foi registrado e será investigado pela Polícia Civil – MG. O suspeito responderá por estupro de vulnerável porque a criança tinha menos de 14 anos à época dos fatos.
Um estudo divulgado pelo Senado Federal em 2014 apontou que 32,2% dos estupros no Brasil são cometidos por amigos ou conhecidos da família quando se trata de vítima menor de idade. Por isso, a atenção e cuidado com os filhos deve ser constante. Qualquer sinal de mudança no comportamento deve ser analisada profundamente e, nesses casos, o diálogo é muito importante.