Presídios de Minas Gerais precisariam de pelo menos 10 mil novos policiais penais. Quem faz a denúncia é o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen), Wladmir Dantas. Em entrevista a Radio Itatiaia, ele explicou que a taxa de absenteísmo varia entre 20% e 30 %, porque os policiais estão sobrecarregados e, consequentemente, cansados.
No entanto, além dos profissionais, outras diversas áreas são impactadas pela falta de servidores no sistema prisional. Segundo o presidente do Sindppen, os presídios do estado precisam de técnicos administrativos, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e trabalhadores de outras áreas.
Conforme Dantas, a distância de tempo entre o último concurso – realizado em 2013 – e o atual – que está em andamento – é muito grande. Para ele, os certames devem ser realizados rotineiramente para não chegar a ter déficit de profissionais. “Tem que ser rotineiramente. De ano em ano, possivelmente, o quadro tem que ser aumentado com máxima urgência porque está todo mundo sobrecarregado, absenteísmo é gigantesco, gira em torno de 20% a 30% de servidores cansados, sobrecarregados e a falta desses servidores implica no serviço e na prestação como um todo”, destacou.
De acordo com o presidente do Sindppen, cerca de 10 mil novos agentes ajudariam a desafogar a demanda. “Na nossa área, especificamente da polícia penal, o déficit é muito grande. Nós temos em torno de 15 mil policiais penais, não é um dado tão preciso porque diversos profissionais se afastam, aposentam, dentre outras situações que fazem com que ele não dê continuidade à carreira. Por isso, um número aproximado do ideal seria de 7 a 10 mil novos policiais penais”, disse Dantas.
A reportagem da Itatiaia questionou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) sobre a falta de profissionais – médicos e policiais – e aguarda retorno.
Novo concurso
Em andamento, o concurso público para contratação de policiais penais ainda possui inscrições abertas. No entanto, as vagas são temporárias. São 3.506 vagas abertas, com remuneração inicial de R$ 5.097,15. Porém, Dantas destaca que o número de contratados pode ser superior ao divulgado. Para o cargo, é exigido nível médio. As inscrições foram prorrogadas encerram nesta segunda (29).
“Queria que o governo revisse suas ações, que chamasse todo mundo que chegasse ao curso de formação. Nós já temos um estudo, uma previsão de que vai ser mais do que o número previsto no edital. O estado tem que aproveitar todos esses servidores”, acrescentou.
Para ele, as contratações devem ocorrer por concurso para dar garantias aos trabalhadores. “O servidor pode trabalhar sem aquele medo de ser dispensado, porque contrato não achamos viável, mas, sim, via concurso público para todas as áreas, seja os especialistas, técnicos administrativos e policiais penais”, destacou.