Caminhoneiros se unem e caçam responsável por atacar veículos com pedras na BR-040, em João Pinheiro

A paciência dos caminhoneiros que trafegam pela BR-040, em João Pinheiro (MG), chegou ao limite na noite desta sexta-feira (20). Cerca de 20 profissionais decidiram tomar as rédeas da situação e fazer justiça com as próprias mãos, percorrendo a região próxima ao Portal do Agro para encontrar o suspeito responsável por arremessar pedras contra veículos de carga.

“Fui atingido agora, ele quase arrebentou meu ouvido. Se eu pego ele, eu mato”, desabafou Gilberto, um dos motoristas que foi vítima do ataque na noite desta sexta-feira. Segundo informações, o homem se esconde às margens da rodovia e, no momento em que os caminhões passam, joga pedras que chegam a atravessar o para-brisa, colocando em risco a vida de condutores e passageiros.

Clebão, outro caminhoneiro que participou da “caça”, disse que a decisão de agir por conta própria veio depois de vários episódios sem solução definitiva. “Já teve gente que quebrou o braço, outro que perdeu a visão. A gente depende do caminhão para sustentar nossa família. Não podemos ficar parados esperando outra tragédia.”

Algumas das ocorrências aconteceram em pleno dia, outras à noite, e, em muitos casos, o suspeito teria escolhido trechos de maior periculosidade, como curvas fechadas e locais de pouca visibilidade. “Ele estava ali, na curva do leilão, com a pedra na mão. Joguei o caminhão pra desviar, mas foi quase impossível evitar o choque”, relatou Gilberto.

O clima de tensão aumentou nas últimas semanas, e motoristas afirmam estar cansados de esperar por uma solução policial. Edilson, que também participou da mobilização, enfatizou que a falta de respostas concretas os levou a esse ponto. “A gente respeita a autoridade, mas não dá pra ficar parado enquanto colegas sofrem e a vida de todo mundo é colocada em risco.”

A Polícia foi notificada de que os caminhoneiros formaram um grupo para patrulhar a rodovia por conta própria e orientou a evitar confrontos diretos, ressaltando que qualquer ação de vigilância seja comunicada às autoridades. Ainda assim, muitos profissionais afirmam que não vão recuar até que o agressor seja encontrado, temendo que novos ataques possam resultar em vítimas fatais caso nada seja feito.