A dor e o desespero tomaram conta da família de Miguel Fernandes Brandão, após o adolescente de 13 anos sucumbir a uma infecção bacteriana no Hospital Brasília. Genilva Fernandes, que é pinheirense e mãe de Miguel, relata que o filho foi vítima de uma negligência médica que prolongou seu sofrimento e acabou levando à sua morte trágica.
Miguel deu entrada no Hospital Brasília em 14 de outubro apresentando sintomas gripais. Após testes negativos para gripe, foi liberado para casa, mas retornou no dia seguinte com vômitos frequentes. Segundo a família, o uso de antibióticos foi dispensado na ocasião, com o prontuário mencionando a “ansiedade materna”. Nos dias seguintes, o estado de Miguel piorou significativamente, levando à sua internação na UTI em 18 de outubro.
Durante a internação, Miguel sofreu a necrose de diversos tecidos, incluindo costas, glúteos, pernas e áreas íntimas, necessitando de procedimentos cirúrgicos para remoção de tecido morto. A família denuncia que a equipe médica demorou a reconhecer a gravidade da infecção, o que contribuiu para o agravamento do quadro. Em 19 de outubro, foi confirmado o diagnóstico de infecção por Streptococcus Pyogenes, uma bactéria que compromete órgãos e tecidos, levando Miguel ao choque séptico e, posteriormente, ao óbito em 9 de novembro.
Genilva Fernandes acionou a Polícia Civil do Distrito Federal, apontando que a demora no diagnóstico e no tratamento adequado foi a causa da morte de seu filho. Ela destacou que insistiu para que os médicos administrassem antibióticos, mas a equipe optou por tratar o adolescente apenas com soro, Novalgina e Tylenol. A família alega que, mesmo após a deterioração do estado de Miguel, a resposta médica foi insuficiente para conter a infecção.

Em resposta, o Hospital Brasília emitiu uma declaração lamentando o falecimento de Miguel e expressando solidariedade à família. A instituição informou que está conduzindo uma análise rigorosa da assistência prestada, reconhecendo que as anotações no prontuário referentes à “ansiedade materna” foram inadequadas. O hospital enfatizou o compromisso com a qualidade do atendimento e a responsabilidade com seus pacientes e profissionais de saúde.
Enquanto as investigações seguem, a família de Miguel busca justiça e esclarecimentos sobre o que consideram ter sido uma falha grave no atendimento médico. O caso destaca a importância de diagnósticos precisos e tratamentos tempestivos em situações de infecção grave, além de suscitar debates sobre a responsabilidade das instituições de saúde na prevenção de mortes evitáveis.