Acusado de matar Fernando Lubito, Joaquim Vaz Mendes é absolvido pelo Tribunal do Júri e deixa prisão após quase dois anos

Joaquim Vaz Mendes foi inocentado das acusações de homicídio, ocultação de cadáver e fraude processual; defesa apontou falhas na investigação

O julgamento de Joaquim Vaz Mendes, acusado da morte de Fernando Lubito, chegou ao fim na noite desta terça-feira, 11 de fevereiro, em Montes Claros, com a absolvição do réu. O Tribunal do Júri, por maioria de votos, reconheceu a ausência de autoria e de materialidade das acusações, livrando Joaquim de todas as imputações feitas contra ele.

O caso, que teve grande repercussão em João Pinheiro, começou em fevereiro de 2023, quando Fernando Lubito desapareceu. Após cinco dias de buscas, o corpo do jovem foi encontrado, e Joaquim, que era caseiro da fazenda onde Fernando foi visto pela última vez, acabou preso preventivamente sob suspeita de envolvimento no crime.

Na época, a Polícia Civil apontou indícios contra Joaquim, como o fato de ele não ter comunicado o desaparecimento imediatamente, ter trocado de número de telefone antes de relatar o sumiço e supostamente ter atrapalhado as buscas. Com base nisso, o Ministério Público ofereceu denúncia, levando o caso a julgamento.

A defesa, patrocinada pelos advogados Dalci Ferreira dos Santos, Joaquim Júnior e Alexandre Ferreira, do escritório Santos & Rocha Advogados, sustentou desde o início a ausência de provas concretas contra Joaquim. Os advogados apontaram falhas na investigação, alegando que a polícia não explorou outras linhas de apuração e focou exclusivamente no caseiro.

Inicialmente, o julgamento estava marcado para acontecer em João Pinheiro, mas os advogados solicitaram o desaforamento para Montes Claros, alegando que a repercussão do caso na cidade poderia comprometer a imparcialidade dos jurados. O pedido foi aceito pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que levou em consideração a influência da mídia e a mobilização popular pelo julgamento.

O júri, que começou às 9h da manhã, se estendeu até 23h30, quando saiu a decisão final. No crime de homicídio, os jurados votaram 4 a 2 pela absolvição, reconhecendo a ausência de autoria. Em relação à ocultação de cadáver, a decisão foi unânime, com 4 votos a 0 para a absolvição. Já sobre a fraude processual, os jurados decidiram por 4 votos a 1 que não havia materialidade do crime.

Com o resultado, Joaquim Vaz Mendes foi libertado após passar quase dois anos preso preventivamente desde o dia 19 de fevereiro de 2023. A defesa afirmou que irá conceder uma entrevista nos próximos dias para esclarecer mais detalhes sobre o caso e os próximos passos do agora ex-acusado.

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Justiça ou injustiça?

Matar e a coisa mais simples , rapidinho tá solto , Graças a Deus família tá intocável, pq pra sujar minhas mãos e uma só kkkk assasino desgraçado

Esse Alexandre Medeiros deveria era orientar os clientes dele a pagar a pensão corretamente, com valores ajustados e no dia correto! Invés de defender vagabundo de graça.

É lamentável ver pessoas julgando túdo como donos da verdade. Tal comportamento social tras desgraça pra vida de quem julga e quem é julgado.
Nesse lamentável ocorrido que foi tratado por especialistas de alto nível e de todas as formas, Não foi constatado que ouve um omicídio., não tinha fragmentos alguns de bala no corpo e tão menos de faca .
Como entendedor de júris e caçador eterno posso dizer que Fernando sofreu um acidente quando cachorros acuaram um animal que pode ser um tamandoá,uma onça ou um queixada que tem muito na região e saiu com sua arma pra abater a caça e quando disparou ,a arma explodiu contra ele que é muito normal de acontecer com espingardas ,só ver no YouTube.
Explodindo a arma se separa e causa danos graves .ou atirou num animal citado antes errou ou não abateu sendo atacado pelo mesmo e se defendendo com a espingarda batendo ,quebrando a arma e não tendo êxito no caso de um queixada ,tamandoa bandeira ou onça que tem muito na região.
O triste ,-foi um senhor da róça com quase 70 anos de idade passar 2 preciosos anos de sua vida preso ,longe da família e sem saber POR QUÊ! . Só pesso a Deus que abençoe grandemente quem acusou e principalmente quem o defendeu comovido com tanta injustiça contra a verdadeira injustiça .
( Deus abençõe os heróis)
Doutor Dalci ,dr Joaquim e dr Alexandre ! .

Esses advogados são bons, parabéns

Ganha para absolver assassinos, é o trabalho deles, se é justo, Deus sabe!

Uma observação.
Advogado não tem poder para absolver ou condenar alguém.
Quem condena ou absorve é o corpo de jurados.
Advogado tem o dom da fala, conhecimento dos autos e o dom de expor seu ponto de vista no convencimento dos jurados. Nada mais.

Advogado não tem o direito de condenar ou absolver alguém, mas tem o livre arbítrio para escolher em qual causa trabalhar, é muito triste defender um culpado por dinheiro, pode ser a profissão, mas a escolha e de baixo nível e só é pensando no dinheiro, Deus é quem vai ser o verdadeiro juiz

Nunca e sobre a vida e sim sobre quem ganha e quem perde