A paralisação da APAE de João Pinheiro, que ocorreu na segunda-feira (10), mesmo que por apenas um dia, foi o suficiente para gerar preocupação entre mães de crianças atípicas, especialmente aquelas que dependem dos serviços oferecidos pela instituição. Na noite de ontem, um grupo de mães compareceu à Câmara Municipal para cobrar explicações e pedir que situações como essa não se repitam no futuro.
Mesmo com o repasse da Prefeitura regularizado e os atendimentos retomados nesta terça-feira (11), as famílias que necessitam dos serviços especializados da APAE alertaram para um problema maior: a falta de profissionais para atender a alta demanda, o que tem deixado centenas de crianças sem acesso a terapias essenciais.
Neste ano de 2025 foi aprovado o maior repasse da história para a APAE de João Pinheiro, R$ 260.000,00, ou seja, um aumento de R$ 90.000,00 no atual governo de Gláucon. Nos anos anteriores, os repasses foram de R$ 163.500,00 em 2021 e 2022, reduzidos para R$ 140.000,00 em 2023, e reajustados para R$ 170.000,00 em 2024. Além disso, no ano passado, a entidade recebeu um crédito adicional especial de R$ 220.000,00, oriundo do Fundo Estadual da Saúde, destinado à aquisição de materiais permanentes. O aumento para 2025 foi aprovado na Câmara Municipal, garantindo um valor maior para a manutenção dos serviços prestados pela instituição.
Leidiane, mãe de duas crianças autistas, destacou a insegurança que a suspensão dos atendimentos causou. “A gente levou um susto muito grande com essa paralisação. São vidas que dependem desse atendimento, e nós, mães atípicas, ficamos completamente sem saída. A APAE é o nosso único braço de apoio, e sem ela ficamos de mãos atadas”, desabafou.
A preocupação não está apenas no risco de novas paralisações, mas também na longa lista de espera por atendimento, que já passa de 700 crianças. “Não tem médico suficiente em João Pinheiro. A APAE não consegue atender toda a demanda, e quem mais sofre são nossos filhos”, ressaltou Leidiane.
Outra mãe presente na reunião, Naiara, reforçou que a situação afeta não apenas João Pinheiro, mas toda a região. “João Pinheiro é referência para crianças autistas de várias cidades, então isso não atinge só a gente, mas muitas famílias. O que queremos do prefeito e dos vereadores é um olhar mais atencioso para essa causa. Não basta apenas reabrir a APAE, precisamos de mais profissionais e mais estrutura”, afirmou.
O JP Agora segue acompanhando o caso e trará novas informações sobre a mobilização das famílias e os próximos passos da Prefeitura em relação ao atendimento das crianças atípicas na cidade.