Após quase seis meses de prisão preventiva, o jovem Gabriel Antônio Borges Soares foi absolvido pela Justiça de João Pinheiro das acusações de envolvimento em uma série de ataques contra caminhoneiros na BR-040, ocorridos entre outubro e dezembro de 2024. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (12) pelo juiz Jessé Alcântara Soares, que reconheceu a insuficiência de provas para sustentar os crimes atribuídos ao réu.
Gabriel, que permaneceu preso por exatos 179 dias, havia sido denunciado por tentativa de roubo, dois furtos, associação criminosa e corrupção de menor. No entanto, ao final do processo, o magistrado entendeu pela absolvição em relação a esses crimes. Ele foi condenado apenas por desacato, com pena de um mês convertida em prestação de serviços comunitários. O alvará de soltura foi cumprido nesta quinta-feira no Presídio de João Pinheiro, e Gabriel já se encontra em liberdade.
A defesa de Gabriel, composta pelos advogados Bruna Mendes Andrade, Jamir Moreira de Andrade e Iuri Evangelista Furtado, sustentou a nulidade das provas colhidas pela polícia, argumentando que a entrada na residência do réu ocorreu sem autorização judicial. Também foi comprovado, por meio de testemunhas, que Gabriel estava em outro local no momento dos fatos. Os advogados destacaram ainda a fragilidade do conjunto probatório e pediram a absolvição total, o que acabou sendo acolhido pela Justiça.
Alecsander Pereira Fiuza também teve sua absolvição pedida pela defesa, que apontou a mesma fragilidade nas provas. Inclusive, o próprio Ministério Público concordou com a absolvição de Alecsander em relação aos crimes que lhe foram imputados, o que culminou na decisão judicial favorável.
Já José Carlos Dias Barbosa, acusado de receptação, teve sua defesa focada na ausência de provas sobre a origem ilícita dos bens e na inexistência de dolo (intenção de cometer o crime). Quanto aos crimes de associação criminosa e corrupção de menor, a defesa argumentou que o próprio Ministério Público reconheceu que não havia uma relação duradoura entre os acusados e que José Carlos não influenciou o menor. Como alternativa, pediu-se a desclassificação da receptação qualificada para culposa, com pena mínima, regime aberto e substituição por serviços comunitários.
Durante o as investigações, outros suspeitos chegaram a ser presos, mas apenas Gabriel permaneceu detido por mais tempo. Alecsander Pereira Fiuza foi liberado ainda na fase inicial, após negar participação. José Carlos Dias Barbosa, acusado de receptação, também foi solto após ser ouvido. Outros dois suspeitos, Bruno Henrique e José Carlos Rocha, chegaram a ser detidos por curtos períodos e também foram liberados.
O caso ganhou ampla repercussão em João Pinheiro e em toda a região Noroeste de Minas, por envolver mais de 20 ataques a veículos pesados na BR-040, que causaram danos materiais, ferimentos em motoristas e medo entre os caminhoneiros que trafegavam pelo trecho.
A decisão judicial encerra um capítulo polêmico da investigação, marcado por denúncias graves, longos períodos de prisão preventiva e, ao final, uma sentença que apontou para ausência de provas conclusivas. Gabriel Borges, agora em liberdade, deixa para trás os 179 dias em que esteve detido aguardando um desfecho.
Só é estranho que enquanto estavam sendo investigados os ataques pararam. Será que vai recomeçar? Cuidado!
Cadê a justiça pra processar o Estado ????? Não pode prender um inocente, nem por esse tempo todo ? Já pensou perder entrego família, por injustiça