Uma situação inusitada marcou um júri popular no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte nesta terça-feira (9/9). Um homem que estava sendo julgado pela acusação de homicídio foi absolvido do crime, mas acabou sendo preso em flagrante dentro do próprio tribunal por portar um pino de cocaína.
Ele e outros dois réus respondiam em liberdade pela morte de um idoso em 2021, crime motivado por uma falsa acusação de pedofilia. Seguindo a recomendação do próprio Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que considerou não haver provas suficientes de autoria, o Conselho de Sentença votou pela absolvição dos três.
No entanto, durante a sessão de julgamento, policiais militares que faziam a segurança do local identificaram a droga com um dos réus. Assim que foi declarado inocente do homicídio, ele foi imediatamente conduzido a uma unidade policial para a lavratura de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo porte de droga para consumo.
A juíza que presidiu o julgamento, Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva, elogiou a atuação dos policiais. “É esse o trabalho, a perspicácia, o tirocínio de uma corporação, que tem esse empenho, esse cuidado, essa expertise de lidar com situações do dia a dia”, declarou.
O crime pelo qual foi absolvido
O réu e os outros dois homens eram acusados de participar do espancamento brutal que levou à morte Osmar Marques de Oliveira, em setembro de 2021. A vítima foi agredida com pauladas e pedradas após uma moradora espalhar o boato de que ele seria pedófilo, em retaliação ao fato de o idoso ter urinado em via pública.
O caso teve outros desdobramentos: em abril de 2024, um dos acusados pelo mesmo crime foi condenado a mais de 16 anos de prisão. Em outubro do mesmo ano, outro réu foi sentenciado a 9 anos e meio, enquanto outras duas pessoas foram absolvidas.