Uma história de manipulação e crueldade, disfarçada de um apelo desesperado pela vida de um filho, chocou fiéis de pelo menos três igrejas em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Um homem de 50 anos foi preso após usar seu filho de 12 anos, colocando-o em uma cadeira de rodas, para simular um tumor cerebral terminal e arrecadar cerca de R$ 100 mil para uma cirurgia que nunca existiu. O esquema, que contava com a participação de um filho mais velho, de 22 anos, foi desmascarado e a dupla foi presa na BR-365, em Buritizeiro.
O golpe era montado de forma a comover as comunidades religiosas. O pai chegava às igrejas, muitas vezes alegando ter autorização dos líderes religiosos, o que foi desmentido, e usava o microfone para contar a história trágica do filho. Panfletos com chaves PIX eram distribuídos enquanto o garoto de 12 anos permanecia em uma cadeira de rodas, simulando a doença. O filho de 22 anos era o responsável pela conta bancária que recebia as doações.
Segundo apurado, a farsa começou a ruir quando a Polícia Militar de Patos de Minas repassou as informações para a equipe de Buritizeiro, que abordou o carro da família na rodovia. No veículo, foram encontrados R$ 5.975 em dinheiro, a cadeira de rodas, laudos médicos falsificados e os panfletos do golpe. Confrontado, o pai insistiu que o filho estava doente, mas o próprio adolescente, ao descer do carro e andar normalmente, confessou que tudo era uma encenação orientada pelo pai.
A prisão revelou um histórico ainda mais sombrio. O pai confessou que praticava o golpe em várias cidades e que havia tirado o filho de 12 anos e outra criança, de 9, da escola há dez dias para se dedicar aos crimes. A polícia confirmou que ele já tinha passagens por estelionato em outro estado, onde usou um terceiro filho, hoje com 17 anos, em golpes semelhantes. O Conselho Tutelar foi acionado para prestar assistência às crianças. O pai foi preso e autuado por estelionato, abandono intelectual e corrupção de menores, enquanto o filho mais velho foi ouvido e liberado.

E um absurdo isso, querer ganhar em cima de uma doença que não existe, enganando as pessoas, tem e que se fuder um cara desse.