Com superpopulação da praga, João Pinheiro terá caça de javalis liberada o ano todo por nova lei

Projeto aprovado pelos deputados permite uso de armadilhas e não impõe limite de abate na região

O pesadelo de ver lavouras destruídas e nascentes reviradas por varas de porcos selvagens pode estar perto do fim para os agricultores de João Pinheiro. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou um projeto de lei que autoriza o controle populacional rigoroso do javali-europeu e seus cruzamentos, como o “javaporco”, em todo o estado. A medida chega como um alívio para o município, apontado pelas autoridades como um dos focos mais críticos da superpopulação dessa espécie invasora.

O texto, aprovado pelos deputados no dia 12 de novembro, agora aguarda apenas a sanção do governador Romeu Zema para entrar em vigor. A nova regra é clara e abrangente: permite a caça e o uso de armadilhas em qualquer época do ano, sem limite de quantidade de animais abatidos. Segundo apurado pelo JP Agora, a legislação vem ao encontro das necessidades urgentes do Noroeste Mineiro. Dados da Secretaria de Agricultura (Seapa) confirmam que João Pinheiro e Paracatu sofrem com prejuízos milionários na agricultura e pecuária devido à ação predatória desses animais.

Para garantir a segurança no campo, a lei estabelece critérios. Em propriedades privadas, o controle só poderá ser realizado com o consentimento expresso do dono da terra. Além disso, os métodos de abate deverão seguir as normas do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O javali, introduzido no Brasil para consumo, não possui predadores naturais e se reproduz de forma descontrolada, representando não apenas um risco econômico, mas também sanitário, podendo transmitir doenças graves como a febre aftosa.

A aprovação do projeto na ALMG é uma vitória para o setor produtivo local, que pressionava por uma política de estado desde 2023. Durante as audiências, ficou evidente que o problema da região vai além da cerca das fazendas, ameaçando a biodiversidade e a segurança de toda a zona rural. Com a lei prestes a ser sancionada, a expectativa é restabelecer o equilíbrio e a tranquilidade para quem produz.

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