O ministro Nelson Teich (Saúde) pediu demissão na manhã desta 6ª feira (15.mai.2020). O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde. A pasta deve detalhar o caso em entrevista durante a tarde.
O general Eduardo Pazuello, secretário-executivo da pasta, assume o cargo interinamente. Pazuello foi colocado no ministério por sua capacidade de organização logística. Sua nomeação, junto com de outros militares, levantou suspeitas de que Nelson Teich seria tutorado na pasta.
Teich é o 2º comandante do ministério a deixar a função durante a pandemia do coronavírus. O ministro anterior foi demitido em 16 de abril. Teich assumiu a cadeira da Saúde em 17 de abril –estava para completar 1 mês.
Teich esteve no Palácio do Planalto para conversar com Jair Bolsonaro às 11h. A relação dos 2 vinha se degenerando porque o presidente defende abertamente o uso do remédio cloroquina como tratamento para a covid-19. Nem a OMS (Organização Mundial da Saúde) nem o Ministério da Saúde reconhecem algum fármaco ou vacina como cura para a doença. Bolsonaro queria que o ministro recomendasse o medicamento. Ele resistia.
Em sua tradicional live desta 5ª feira (14.mai.2020), o presidente da República falou de sua expectativa sobre o ministro da Saúde: “Acho que amanhã o Nelson Teich dá uma resposta pra gente. Acho que vai ser pela mudança do protocolo para que se possa aplicar [cloroquina] a partir dos primeiros sintomas”.
Teich reclamava também de não ter sido ouvido sobre o decreto do presidente que liberava a reabertura de academias, salões de beleza e barbearias. Na 2ª feira (11.mai), Teich foi surpreendido com a pergunta de 1 repórter a respeito da medida. Não sabia do que se tratava.
Mandetta, entrou em atrito com Bolsonaro por defender o isolamento social, enquanto o presidente pedia a reabertura da economia.
O presidente defende que a cura da covid-19 não pode ser pior que a doença e que os comércios não podem ficar fechados. Acredita que, acabando com o isolamento, reaquece a economia. Já Mandetta, assim como a OMS, achava que o isolamento social era a melhor saída para frear as infecções do novo coronavírus.