Jovens acusados de matar brutalmente João Marcos se calam durante audiência em João Pinheiro

Sessão de instrução e julgamento foi realizada nos dias 16 e 17 de junho; caso caminha para o Tribunal do Júri

As audiências de instrução e julgamento do assassinato de João Marcos, de 18 anos, foram realizadas na última segunda (16) e terça-feira (17) na Comarca de João Pinheiro. O momento, considerado decisivo para o andamento do processo, foi marcado pelo silêncio dos quatro réus, que optaram por não responder às perguntas do juiz, do Ministério Público e da acusação. Apesar de terem prestado depoimentos na fase policial, em juízo eles permaneceram calados.

A audiência de instrução é uma etapa fundamental no processo penal. É nela que são ouvidas as testemunhas de acusação, de defesa e os próprios réus, além da análise de provas. Com base no que é produzido nessa fase, o juiz decide se o caso será levado ao Tribunal do Júri, onde os acusados podem ser julgados pela sociedade.

O crime, que causou grande comoção em João Pinheiro, ocorreu no início do ano. Segundo as investigações da Polícia Civil, João Marcos foi atraído para uma emboscada sob o pretexto de uma pescaria, armada por quatro suspeitos – Diego, Keverson, Natanael e Alexsandro, com idades entre 19 e 21 anos. A motivação, segundo a polícia, teria sido uma dívida de R$ 400 relacionada ao tráfico de drogas e ciúmes envolvendo a namorada de um dos envolvidos.

A vítima foi espancada, torturada e morta a pauladas dentro de um Fiat 147, que posteriormente foi encontrado com manchas de sangue no porta-malas e nos vidros. O corpo foi deixado em uma região de mata conhecida como Ribeirão, coberto por lona e com sinais de tentativa de queima. Após o crime, dois acusados, Alexsandro e Natanael, ainda foram até a casa do pai da vítima, simulando preocupação com o desaparecimento e tentando atrapalhar as investigações.

O advogado Jeronimo Agenor Souza Leite, que atua como assistente de acusação e representa a família de João Marcos, destacou que todas as testemunhas de acusação, de defesa e os informantes foram ouvidos durante os dois dias de audiência. “A expectativa era de que os réus se manifestassem, mas todos optaram pelo silêncio. Na nossa visão, foi uma oportunidade perdida de apresentar defesa própria”, avaliou.

Os réus respondem por homicídio qualificado — por motivo torpe, fútil, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima — além de ocultação de cadáver. Para a acusação, o silêncio dos acusados reforça a gravidade dos elementos já existentes no processo. “A maneira como o corpo foi encontrado e o comportamento deles após o crime indicam claramente premeditação e extrema frieza”, completou o advogado.

Um dos próximos passos aguardados no processo é a conclusão da perícia nos celulares dos acusados, que até o momento se recusaram a fornecer as senhas de acesso. A expectativa, segundo o advogado de acusação, é que os dados dos aparelhos possam confirmar ou até mesmo refutar a participação dos envolvidos no crime.

Encerrada a fase de instrução, o processo segue agora para a apresentação das alegações finais por parte do Ministério Público, da assistência de acusação e das defesas. Na sequência, caberá ao juiz decidir se os réus serão pronunciados e levados a julgamento pelo Tribunal do Júri. “Acreditamos que os elementos são mais do que suficientes, tanto em relação à autoria quanto à materialidade, para que eles sejam julgados pela sociedade no Tribunal do Júri”, concluiu Jeronimo.

O caso segue repercutindo em João Pinheiro e em toda a região, tanto pela brutalidade do crime quanto pela comoção gerada desde o desaparecimento e a trágica descoberta do corpo de João Marcos.

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