Gláucon aponta crise financeira deixada pela gestão anterior e anuncia plano para pagar rescisões atrasadas de servidores

Dinheiro em caixa vai ser suficiente para pagar apenas os servidores efetivos, segundo informado em coletiva de imprensa

O prefeito de João Pinheiro, Gláucon Cardoso (NOVO), realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 10 de janeiro, para comentar sobre a situação financeira do município. Acompanhado do procurador geral e da secretária de fazenda, o chefe do executivo contou que o pagamento dos funcionários contratados vai atrasar e que providenciará um plano até a semana que vem para pagar a todos. Confira a seguir maiores detalhes.

Glaucon Cardoso (NOVO) falou que a herança deixada pelo governo anterior não é aquela vendida pelo então ex-prefeito Edmar Xavier (PDT). Segundo o prefeito, o cenário econômico atual da Prefeitura Municipal de João Pinheiro é crítico e, em razão disso, a administração não vai conseguir pagar todos os funcionários hoje, 10 de janeiro, mas apenas os servidores efetivos. Gláucon apontou que sua equipe vai providenciar um plano de pagamento na semana que vem para os demais.

“Hoje é dia de efetuarmos pagamentos, principalmente dos funcionários. Infelizmente não herdamos o melhor cenário econômico da prefeitura. Alguns acertos deveriam ter acontecido até o dia 31 de dezembro, mas não foram todos. Hoje vamos pagar os efetivos, mas os contratados que não foram acertados, aquela parcela que não foi acertada, vamos apresentar um cronograma na semana que vem para pagar”, pontuou Glaucon.

O prefeito comentou, ainda, a ausência de aditamento de vários contratos por parte da administração anterior, o que vem prejudicando o acesso da população aos serviços oferecidos pelo município. “Solicitamos através de ofício o aditamento de vários contratos para que os serviços não parem. Temos tudo isso em documento e está acessível a toda população para que tenham conhecimento, preciso que todos tenham ciência do que foi entregue intencionalmente ou não. Infelizmente não aconteceu.”

Em entrevista concedida ao JP Agora, Gláucon Cardoso se resguardou para não acusar a antiga gestão por ter agido de propósito em prejuízo dos pinheirenses. Ele destacou que, a partir do mês que vem, a atual gestão já terá o controle de toda a situação relacionada à economia municipal. 

“Jamais a gente pode acusar alguém ou se foi realmente uma imperícia da gestão anterior, mas acontece que não temos os recursos necessários para conduzirmos de imediato. No mês que vem, já vamos trabalhar de uma outra forma, mas a herança que nós pegamos infelizmente não é o melhor cenário. A primeira coisa que vamos fazer é corte de contratos, temos que enxugar a máquina pública. Temos que cortar despesas para sobrar recursos. Hoje nosso custo é muito alto, acertar com as pessoas o que de direito e de imediato vamos fazer o plano de pagamento”, destacou o prefeito. 

Sobre as providências que sua gestão vai adotar, o prefeito disse que conta com o apoio do governador Romeu Zema (NOVO) e auxílio federal. “Vamos usar da nossa influência com o governador, apoio de deputados, de senadores, e nós adiantamos alguns recursos para que coloquemos em dia. Temos muita coisa para fazer, limpeza de rua, capina, coleta de lixo, tapa buraco, colocar toda a frota para funcionar, muitas ambulâncias estão quebradas, muitos caminhões de lixo danificados, sem falar nas nossas máquinas.”

Márlon Marques Melgaço, procurador geral do município, destacou em entrevista ao JP Agora que a gestão de Gláucon se deparou com uma situação muito diferente daquela que foi vendida pelo governo de Edinho (PDT), começando pelos valores em caixa. “Olhando cuidadosamente os extratos bancários a gente percebe que o dinheiro que a administração tanto menciona são verbas vinculadas, ou seja, não pode gastar com qualquer situação como por exemplo a folha de pagamento. Então o que foi deixado pela administração anterior foi R$2 milhões e, nesse período, foi arrecadado um pouco que vai ser o necessário para pagar os efetivos da prefeitura.”

O procurador municipal criticou, ainda, o grau de prioridade da administração anterior. Segundo ele, as únicas rescisões que aconteceram de todos os servidores da gestão anterior foram do prefeito, vice e secretários. Ele rebateu, também, o pagamento de serviços que poderiam ter sido prorrogados se caso o objetivo fosse garantir a verba necessária para pagar os servidores.

“Identificamos vários pagamentos que poderiam ter sido facultativos. Poderiam ter acontecido depois, mas a administração anterior preferiu pagar. Não existe saldo devedor em aberto para pagar o prefeito, vice e secretários da administração anterior. Todos receberam, receberam tudo. Em contrapartida, os servidores públicos mais necessitados, aqueles que são contratados, que ganham um salário-mínimo, não têm o recurso garantido pela administração anterior. O cenário de perfeição que foi vendido, isso é algo fictício, não existe. Percebemos que a prioridade foi o alto escalão do governo e não aqueles que mais necessitam”, destacou.

Márlon foi além e questionou diretamente. “Era necessário pagar um fornecedor R$1,4 milhão sendo que teriam verbas rescisórias para serem adimplidas? Fica o questionamento das prioridades do governo anterior. Os únicos que receberam foram o prefeito, vice e os secretários. Inclusive receberam verbas rescisórias atrasadas que somam R$2 milhões. Ou seja, somando esses R$2 milhões com os R$1,4 milhão do fornecedor elétrico já daria para pagar a folha de pagamento dos servidores de pequena remuneração.”

A coletiva de imprensa contou com a participação da secretária de fazenda, que reforçou aos contratados que sua equipe vai se empenhar no plano de pagamento e que este será apresentado na semana que vem.

Veja a coletiva na íntegra:

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Pedir ajuda ao governo estadual que está entregando a CEMIG e a Copasa ao governo federal pra pagar contas.. confia que a ajuda vem..

Ainda nem começou e esta chorando ! Não ti contaram nada inocente ! Reclamar sem nem começar a trabalhar não é um bom começo –

Isto é que dá colocar uma pessoa despreparada na prefeitura