Homem que matou a esposa a tiros na frente das netas em 2022 enfrenta o Tribunal do Júri em João Pinheiro

Nilton Roberto Barbosa da Silva responderá por feminicídio com extrema crueldade após disparar contra a esposa na frente das netas pequenas

Um dos casos mais brutais de feminicídio registrados em João Pinheiro nos últimos anos finalmente chegará ao Tribunal do Júri. Nilton Roberto Barbosa da Silva, de 50 anos, será julgado no dia 26 de maio de 2025, às 9h, pelo assassinato de sua esposa, Janete Moreira de Melo, crime ocorrido em fevereiro de 2022 no distrito de Luizlândia do Oeste (JK).

O crime chocou a comunidade pela extrema crueldade. De acordo com o processo judicial, Nilton atirou várias vezes contra Janete enquanto ela estava deitada em um colchão com suas duas netinhas pequenas. Os disparos atingiram partes vitais do corpo da vítima, incluindo a região da virilha, o ovário e o intestino, que foi perfurado em cinco lugares diferentes.

O JP Agora apurou que o acusado agiu de forma premeditada e traiçoeira. Após uma discussão por ciúmes, ele simulou que iria embora da residência, mas retornou sorrateiramente com uma arma de fogo e surpreendeu a vítima, que não teve chance de defesa. A denúncia do Ministério Público destaca que o crime foi cometido “mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima”.

Janete foi socorrida com vida e lutou por 14 dias no hospital, mas não resistiu aos graves ferimentos. Segundo o laudo médico anexado ao processo, a causa da morte foi “peritonite, lesão abdominal por projétil de arma de fogo”.

O caso ganhou ainda mais repercussão porque, após o crime, Nilton fugiu e permaneceu foragido por um ano e meio, sendo finalmente capturado em agosto de 2023 no estado de Mato Grosso, onde trabalhava como pedreiro.

A promotoria denunciou Nilton por homicídio qualificado por meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, feminicídio e por ter cometido o crime na presença de descendentes da vítima. Se condenado, ele pode pegar até 30 anos de prisão.

Familiares de Janete, que acompanharam seu sofrimento durante os dias de internação, aguardam ansiosamente pelo julgamento. “A justiça humana é muito falha, dizendo a verdade. Mas eu acredito que a justiça de Deus tarda mas não falha”, declarou Denise, cunhada da vítima, em entrevista anterior ao JP Agora.

O julgamento pelo Tribunal do Júri representa o capítulo final de uma história marcada pela violência doméstica. Segundo apurado pelo JP Agora, Janete já havia registrado ocorrências anteriores de ameaça contra o companheiro, mas acabou sendo vítima fatal da violência que tanto temia.

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