João Pinheiro decreta emergência em saúde por explosão de doenças respiratórias entre crianças

Atendimentos pediátricos no Hospital Municipal mais que dobraram em um mês, sobrecarregando a rede

João Pinheiro se tornou mais um dos municípios de Minas Gerais a decretar estado de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo de casos de doenças respiratórias, principalmente entre crianças. O decreto 207/2025, assinado pelo prefeito Gláucon César Cardoso no dia 4 de junho, tem validade de 120 dias e autoriza medidas excepcionais para conter o avanço das síndromes gripais.

Segundo o pediatra Lucas Pacheco, que atua no Hospital Municipal, os atendimentos saltaram de uma média mensal de 650 a 700 para 1.600 em maio, número que representa mais do que o dobro. “Isso tem sobrecarregado muito o hospital, aumentado as esperas, com filas de até duas horas”, afirmou. O médico destacou ainda que 80% dos casos são infecções por influenza A e B e vírus sincicial respiratório — responsável pela maioria dos quadros de bronquiolite.

A secretária de Saúde, Cássia, reforçou que o objetivo do decreto não é alarmar a população, mas garantir transparência e medidas de contenção. “Nosso pronto-socorro está cheio de crianças sintomáticas. O decreto é uma forma de reforçar o cuidado com os grupos de risco e orientar a população”, pontuou. Medidas como evitar aglomerações, usar máscara em locais fechados e manter boa higiene continuam sendo recomendadas.

O decreto permite a contratação de pessoal sem licitação, aquisição direta de insumos e priorização de leitos pediátricos para casos graves de síndrome respiratória aguda. Também foi criado o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), que irá monitorar os dados epidemiológicos durante o período de vigência da medida.

Em entrevista, o pediatra também fez um apelo para que os pais evitem levar crianças com sintomas leves ao hospital. “A febre é uma resposta do organismo e, na maioria dos casos, os quadros podem ser tratados em casa. A ida desnecessária ao pronto-socorro sobrecarrega ainda mais e pode atrasar o atendimento de crianças em estado mais grave”, explicou.

João Pinheiro se junta a outras cidades mineiras que decretaram emergência sanitária como Belo Horizonte, Betim, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Pedro Leopoldo e Santa Luzia. A capital, por exemplo, registrou mais de 63 mil atendimentos por síndrome respiratória em abril. O Governo de Minas também decretou estado de emergência por 180 dias para todo o estado.

O decreto municipal pode ser prorrogado caso os indicadores de saúde pública continuem elevados. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Saúde reforça a importância da prevenção, com cuidados simples e eficazes para reduzir a circulação dos vírus respiratórios.

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Caso de COVID tem algum??? Essas frio aí para mim tudo COVID

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