Em uma transformação silenciosa que reflete o novo mapa da fé brasileira, João Pinheiro viu sua população católica encolher significativamente na última década. Os dados do Censo 2022 do IBGE, divulgados recentemente, mostram que a cidade mineira segue a tendência nacional de redução do catolicismo, embora com particularidades locais que chamam a atenção.
Segundo apurado pelo JP Agora, a população que se declara católica apostólica romana em João Pinheiro caiu de 39.207 pessoas em 2010 para 32.298 em 2022, uma redução de quase 7 mil fiéis, representando uma queda de 17,6% em pouco mais de uma década. O dado acompanha a tendência nacional, onde o número de católicos diminuiu de 65% para 56,7% da população brasileira no mesmo período, conforme reportagem publicada pelo jornal Estado de Minas.
Em contrapartida, o número de evangélicos em João Pinheiro também apresentou redução, passando de 7.488 pessoas em 2010 para 5.148 em 2022, uma diminuição de aproximadamente 31,2%. Este comportamento contrasta com o cenário nacional, onde a população evangélica cresceu de 21,7% para 26,9%, um aumento de 5,2 pontos percentuais.
Outro dado que chama atenção é o aumento no número de pessoas sem religião, que passou de 420 em 2010 para 687 em 2022, representando um crescimento de 63,6%. Este fenômeno acompanha uma tendência nacional de crescimento da secularização, que no Brasil subiu de 7,9% para 9,3% da população.
O censo também revelou dados mais detalhados sobre outras denominações religiosas. Em 2022, foram registrados 61 espíritas, 134 testemunhas de Jeová e 23 pessoas que seguem outras religiosidades cristãs, categorias que não apareciam discriminadas nos dados de 2010, quando havia apenas a classificação genérica “demais religiosidades” com 583 pessoas.
Em Minas Gerais, o cenário também apresenta suas particularidades. Conforme os dados do IBGE citados pelo Estado de Minas, o estado tinha 70,4% de católicos em 2010, caindo para 63,5% em 2022, uma redução de 6,9 pontos percentuais, inferior à queda nacional. Os evangélicos cresceram de 20,2% para 24,8%, um aumento de 4,6 pontos percentuais, também menor que a média brasileira.