“Jogo do Tigrinho” está na mira da polícia, que acredita em esquema de pirâmide

A Polícia Civil do Maranhão investiga se o “Jogo do Tigrinho”, conhecido também como “Fortune Tiger”, está ligado a um esquema de pirâmide financeira no Brasil. Neste modelo, as pessoas colocam dinheiro para jogar, começam a ter lucros acima do normal e atraem mais interessados para a plataforma. Num certo momento, quando o número de clientes já está bem alto, os líderes do esquema desaparecem com o dinheiro de todas as pessoas.

Na última terça-feira (26), os policiais maranhenses desencadearam a operação “Quebrando a Banca” contra influenciadores que divulgavam o “Jogo do Tigrinho” nas redes sociais. O game funciona como um cassino online, o que é ilegal no país.

Na ocasião, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, incluindo uma oficina mecânica, em São Luís (MA). O principal alvo da operação foi a influenciadora digital e divulgadora do jogo, Skarlete Mello. Com ela, os policiais apreenderam três veículos, sendo dois de luxos, três motocicletas e um jet-ski.

Além disso, foi autorizado ainda pela Justiça o bloqueio de R$ 8 milhões da influenciadora, que é investigada pelos crimes de loteria não autorizada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

No seu Instagram oficial, Skarlete Mello ainda mantém uma postagem antiga divulgando o jogo ilegal, três dias após ser alvo da Polícia Civil. No post, feito no mês passado, ela contou que ganhava até R$ 3 mil por semana divulgando o “Fortune Tiger”, fora o que tirava no jogo. Mas admite também que já perdeu dinheiro várias vezes.

Ainda segundo as investigações, Skarlete estaria promovendo uma rifa em que o prêmio seria um carro da Audi, avaliado em R$ 299 mil. No entanto, o veículo usado para a divulgação era alugado e também foi apreendido.

Influenciadora também promoveu uma rifa em que o prêmio era um carro, mas na verdade o veículo era alugado

Jogo já provocou suicídios

Pelo menos três casos de suicídio no Maranhão podem estar ligados a prejuízos provocados pelo “Jogo do Tigrinho”. Um deles é o do jogador de futebol Rafael Mendes, de 17 anos. Ele se matou no dia 10 de setembro, na cidade de Formosa da Serra Negra, no interior do Estado. Dias antes, ele perdeu R$ 50 mil no jogo, valor que recebeu de herança da mãe.

Outro caso ocorreu no mês passado em Pastos Bons, outra cidade do Maranhão. A socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Jaciara Borges, também teria tirado a própria vida por causa dos prejuízos no “Fortune Tiger”. Ela teria usado o dinheiro que o marido, que mora em São Paulo, a enviou para a construção de uma casa.