Entre os dias 26 e 30 de maio, o município de João Pinheiro foi um dos focos da Operação Silvestres II, promovida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em conjunto com a Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMG) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). A iniciativa, que também passou por Paracatu e Unaí, visou combater o tráfico de fauna silvestre e fiscalizar criadores irregulares de aves.
Durante as ações, foram fiscalizados 106 animais silvestres em residências e propriedades rurais, resultando na apreensão de 26 aves de espécies como curió, papagaio e trinca-ferro. Além das aves, foram recolhidas gaiolas e alçapões proibidos.
As irregularidades identificadas incluíram manutenção de animais sem licença ambiental, uso irregular de anilhas, extravio de espécimes e tentativas de impedir a fiscalização. As penalidades resultaram em multas que ultrapassam R$ 2 milhões e na suspensão de licenças de criadores irregulares.
Sérgio Nascimento Moreira, chefe da Unidade Regional de Fiscalização Noroeste da Semad, explicou que as aves apreendidas passarão por reabilitação no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), gerido pelo IEF. “Após receberem os cuidados veterinários necessários, esses animais poderão retornar à natureza, fortalecendo o equilíbrio ecológico e a diversidade de espécies na região”, destacou.
Tráfico de fauna: um desafio constante
O tráfico de animais silvestres segue como uma das atividades ilícitas mais lucrativas e prejudiciais à biodiversidade brasileira. Estima-se que cerca de 38 milhões de animais sejam retirados da natureza todos os anos no país, sendo cerca de 4 milhões comercializados ilegalmente. Esses crimes têm efeitos diretos não apenas na fauna, mas também nas comunidades locais, que muitas vezes convivem com o comércio clandestino.
Com a Operação Silvestres II, o Governo de Minas reforça o compromisso com a proteção da vida silvestre e o combate aos crimes ambientais, além de conscientizar a população sobre a importância de manter esses animais em seus habitats naturais. A atuação integrada em cidades como João Pinheiro evidencia a necessidade de vigilância constante e o engajamento da sociedade para enfrentar essa ameaça.