A cidade de João Pinheiro se prepara para comemorar no dia 13 de novembro, um momento significativo de sua história eclesiástica, os 150 anos de instalação da Paróquia Sant’Ana, hoje também conhecida como Paróquia Sant’Ana e São Joaquim. O início dessa trajetória remonta ao começo do século XIX, quando um pequeno arraial chamado Sant’Ana do Alegre emergiu, marcado pela fé e pela persistência de seus devotos.
A criação da freguesia, datada de 25 de agosto de 1813 pelo Bispo Diocesano de Pernambuco, Dom Frei Antônio de São José Bastos, ocorreu em um cenário de simplicidade, entre cabanas e uma igreja em condições precárias, cujos registros históricos ainda buscam confirmação de sua localização exata.
Em 13 de novembro de 1.873 o arraial foi elevado a Vila com o nome de Alegre,
sendo recriada a Paróquia nessa ocasião, por conseguinte em 30 de agosto de 1.911 foi
criado o município com denominação de João Pinheiro, homenagem ao grande estadista
que foi presidente de Minas Gerais.
O pesquisador Oliveira Melo realizou levantamentos e apurou quem foram os primeiros sacerdotes que atuaram como párocos entre 1865 a 1898. São eles: Padre Veríssimo José, Padre João Dantas, Padre Getúlio Alves, Padre Luiz Alberto, Padre Francisco Sales, Padre Afonso Ligório, dentre outros. O estudo do pesquisador aponta, ainda, que a paróquia foi administrada por Freis Carmelitas entre 1929 a 1997, sendo eles: Frei Carmelo, Frei Plequelmo, Frei Bertoldo, Frei Patrício, Frei Miguel, Frei Norberto, Frei Dionísio, Frei Adolfo, Frei Basílio, Frei Celestino e Frei Cloves.
Com a saída do último Frei Carmelita em 1997, a Paróquia voltou a ser administrada por Sacerdotes Diocesanos pertencentes à diocese de Paracatu, sendo eles: Monsenhor João César, Padre José Ivan, Padre Marcos Antônio, Monsenhor Augusto, Padre Wagner, Padre Eliney Cordeiro, Padre José Afonso, Padre Antônio Herlande, Padre Geraldo dos Reis, Padre Hilton, Padre Rodrigo, Padre Lécio, Padre Ivair, Padre Ederson, Padre Welton, Padre João Nogueira, Padre Antônio Araújo, Padre Antônio Eduardo, Padre Geraldo (Preguinho), Padre João César Ferreira, Padre Rui, Padre José Olimpio, Padre Rogério, Padre Luiz Guilherme, e durante muitos anos contando com o auxílio dos diáconos Paulo Geovane e José Belchior.
A antiga Matriz de Sant’Ana, um ícone da fé local que funcionou até sua demolição em 1977, deu lugar a uma nova matriz erguida sob a supervisão de Frei Norberto. Essa mudança não foi apenas estrutural, mas também simbólica, refletindo as mudanças e expansões contínuas da paróquia, que atualmente conta com várias outras igrejas sob sua égide.
Os esforços para preservar a memória histórica culminaram na construção de uma réplica da igreja demolida, um projeto liderado pelo Juiz de Direito José Henrique Mallmann e apoiado pela comunidade, que se materializou em 2008 e foi posteriormente tombada como patrimônio cultural.
A inclusão de São Joaquim ao nome da paróquia em 2018 consolidou ainda mais a identidade e o simbolismo da instituição, enfatizando a devoção à família de Jesus, seus avós e sua mãe, refletindo o exemplo de fé do casal Ana e Joaquim.
A história da Paróquia Sant’Ana e São Joaquim é repleta de momentos de união comunitária, celebrações festivas e um compromisso inabalável com os ensinamentos de Cristo. A festa da padroeira, apesar de não ter registros de seu início, tornou-se uma expressão vibrante da cultura local, demonstrando a contínua vivacidade do espírito comunitário.
Atualmente, a Paróquia não só serve como um centro de fé e esperança para os fiéis, mas também como um testemunho da linhagem espiritual da cidade de João Pinheiro, perpetuando a devoção a Sant’Ana e São Joaquim e mantendo viva a história de uma comunidade que construiu sua identidade entrelaçada com os valores do cristianismo.