Pedreiro chama a polícia para retirar roupas de casa e acaba preso por violência psicológica em João Pinheiro

O que deveria ser apenas um acompanhamento policial para a retirada de pertences pessoais de uma casa se transformou em uma ocorrência complexa, envolvendo acusações mútuas, danos materiais e prisão em flagrante no bairro Esplanada, em João Pinheiro. A cena chamou a atenção na manhã desta terça-feira, 09 de dezembro, quando a Polícia Militar foi acionada não pela suposta vítima, mas pelo próprio homem envolvido na discussão, que pedia ajuda para deixar a casa onde vivia com a companheira.

Ao chegarem à Rua Hélio Mendonça, os militares encontraram um cenário de tensão. O homem que chamou a polícia, um pedreiro de 47 anos, relatou que não conseguia pegar suas roupas porque sua companheira, de 27 anos, estava agressiva. Segundo informações, a mulher estava na varanda segurando a filha do casal, de apenas 1 ano e 3 meses, bastante exaltada. O homem contou aos policiais que, durante a briga, foi atacado com uma mordida no punho e teve o vidro traseiro de seu VW Gol quebrado pela mulher, que teria usado uma faca para danificar o veículo.

No entanto, a versão da mulher trouxe à tona um contexto de violência que não deixava marcas visíveis imediatas. Ela admitiu ter quebrado o vidro do carro porque o companheiro se recusava a sair do imóvel e alegou ter agido em defesa após ele tentar dar tapas em seu rosto. Mais do que o conflito físico, ela relatou viver sob constante pressão psicológica, afirmando que o homem a proibiu de frequentar a academia e dizia constantemente que ela “era doida” e que tiraria a filha dela.

Diante dos fatos, ambos foram levados para a Delegacia. Embora o laudo médico tenha confirmado uma escoriação na mão do homem e nenhuma lesão física na mulher, a autoridade policial decidiu pela ratificação da prisão do pedreiro. O delegado considerou a relevância da palavra da vítima em crimes domésticos e o relato de violência psicológica e tentativa de agressão física. Foi arbitrada uma fiança no valor de R$ 1.000,00. O homem efetuou o pagamento e foi liberado para responder ao processo em liberdade.