Presa por educar? criança apanha de fio, procura o conselho tutelar e mãe acaba presa em Varjão de Minas

Agressão com fio de energia foi confirmada por laudo médico; em um ato de coragem, a própria vítima procurou o Conselho Tutelar para denunciar a mãe

Com as marcas de um fio de televisão ainda recentes no corpo, uma menina de apenas 10 anos tomou uma decisão que mudaria sua vida e a de sua família. Em vez de seguir para a escola, ela caminhou sozinha até a porta do Conselho Tutelar de Varjão de Minas na última sexta-feira (29) com um único objetivo: pedir socorro. Sua coragem não apenas expôs uma rotina de agressões, como também resultou na prisão em flagrante de sua própria mãe, uma mulher de 46 anos, por lesão corporal.

De acordo com o boletim de ocorrência, a criança contou às conselheiras que sua mãe a agrediu por acreditar que ela não queria ir para a escola. A vítima relatou que estava deitada, aguardando o horário da aula, quando a mãe a jogou no chão e passou a golpeá-la com o fio. Ela afirmou que esta não foi a primeira vez que sofreu violência e que seu irmão mais velho, de 14 anos, também é alvo de agressões.

Diante da denúncia, as conselheiras levaram a menina ao Centro de Saúde Ana Teodoro Alves. A médica de plantão constatou a presença de hematomas lineares no corpo da menina, compatíveis com as marcas de um fio, e o laudo foi anexado à ocorrência. O Conselho Tutelar afastou a criança do convívio com a mãe, deixando-a sob cuidados provisórios até a chegada do pai.

Localizada em sua residência pela Polícia Militar, a mãe confirmou a agressão. Ela justificou o ato dizendo que “perdeu a cabeça” porque a filha estaria se recusando a ir para a escola e não estaria cumprindo com as tarefas. A mulher admitiu ter dado palmadas e, em seguida, utilizado o fio para bater na criança.

A acusada, que também tem um filho de 3 anos com necessidades especiais, foi presa em flagrante por lesão corporal, com os agravantes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e encaminhada à Delegacia de Plantão em Patos de Minas. Os filhos ficaram sob os cuidados do namorado da mulher até a chegada da avó.

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Nessa idade eu apanhava de chicote, e ainda falava q não tinha doído, eu era atentado e merecia ser educado dessa forma mesmo, na base da dor q aprendemos o q devemos ou não fazer

Eu já apanhei de fio, é ótimo para criar vergonha na cara, não chamei o conselho tutelar e nem a polícia