A riqueza cultural de João Pinheiro, muitas vezes escondida nas comunidades rurais e na memória dos mais velhos, ganhou um registro eterno. O projeto “Balaio de Memórias”, idealizado e desenvolvido pelo historiador e jornalista Wellington Ney, concluiu uma jornada ambiciosa: resgatar a história e o conhecimento dos “mestres do saber” do município, transformando tradições orais e ofícios antigos em documentários acessíveis para as novas gerações.
O trabalho foi fruto de uma intensa pesquisa que durou seis meses, entre julho e dezembro. Durante esse período, Wellington percorreu mais de 1.200 quilômetros por diversas partes do município, captando cerca de 130 horas de gravações. O objetivo foi registrar habilidades que correm o risco de desaparecer com a modernidade, como a confecção manual de um pilão, a construção de ranchos de palha e a arte dos engenhos.
“Convivi com a essência do pinheirense, embrenhei no interior do município em busca de pessoas talentosas que fazem coisas que já estão se perdendo para a modernidade. Precisava resgatar isso em vídeo, deu certo”, celebra Wellington Ney.
Apoio e Acessibilidade
O projeto é realizado com o apoio do Governo Federal e Ministério da Cultura, através dos recursos da Lei Aldir Blanc, e conta com suporte da Prefeitura de João Pinheiro, via Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer.
Com um olhar voltado para a inclusão, todos os vídeos documentários — que têm duração de 10 a 12 minutos — possuem intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e legendas, garantindo acesso total às pessoas com deficiência auditiva. O material já foi apresentado nas escolas estaduais João Guimarães Rosa, Ruralminas, José Romero da Silveira e Orlinda Saraiva Simões, conectando os estudantes às suas raízes.
Os Guardiões da História
O “Balaio de Memórias” destaca personagens fascinantes que compartilharam suas vidas e ofícios:
- Sr. Orestes: Preserva a tradição do engenho movido a animal e a produção de açúcar.
- Sr. Evaldo Andrade: Mantém viva a tradição da rapadura na região do Tauá.
- Gilson: Berranteiro que toca o instrumento com maestria.
- Dona Angelina: Artesã que cria bonecas de pano (fuxico) com criatividade.
- Geraldo (Olhos D’Água): Luthier popular que fabrica violas de cabaça.
- Sinval: Mestre na carpintaria de encaixe, sem uso de pregos.
- Ivonete Aparecida: Reconstituiu um rancho de infância com fogão a lenha barreado com argila branca.
Onde Assistir
Todo o acervo está disponível gratuitamente nas redes sociais e no YouTube. Confira os links diretos para cada documentário:
Rancho de palha
Mandioca
Berimbau
Viola de cabaça
Berrante
Engenho antigo
Carpinteiro
Rapadura
Boneca de pano
Para acompanhar mais sobre o projeto, siga nas redes sociais: @welingtonney (YouTube, Instagram, TikTok e Facebook).
