Um incêndio de grandes proporções destruiu, na noite desta segunda-feira (8), o galpão da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Natureza Viva, no Bairro Aeroporto. A tragédia representa um golpe devastador para a instituição, pois as chamas consumiram não apenas a estrutura física, mas também máquinas, equipamentos e todo o estoque de material que já havia sido separado para a venda, zerando a capacidade de trabalho e a fonte de renda imediata das famílias associadas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 19:30h e, ao chegar ao local, encontrou o fogo consumindo rapidamente os materiais recicláveis como plástico, madeira e borracha armazenados no interior do galpão. A operação de combate ao fogo foi complexa e exigiu uma grande mobilização.
Foram utilizados aproximadamente 117 mil litros de água para controlar e extinguir completamente o incêndio. A guarnição de bombeiros contou com o apoio crucial de quatro caminhões-pipa (dois da Prefeitura e dois da empresa Ferraz Florestal) e com a reserva técnica de água do Frigorífico Frigonor.
Os trabalhos duraram cerca de duas horas e meia e, felizmente, não houve registro de vítimas. O local foi isolado devido ao risco de colapso estrutural, e uma equipe da Secretaria de Obras realizará uma vistoria para avaliar os danos.
Uma história de luta e resiliência
A destruição do galpão e de todo o seu conteúdo é um capítulo especialmente doloroso para a Associação Natureza Viva. Fundada em 2009 para retirar as famílias de catadores do antigo lixão, a associação já sobreviveu a um incêndio criminoso no mesmo ano, roubos e inúmeras outras dificuldades.
O trabalho, que já sustentou mais de 19 famílias, hoje conta com menos de 10 trabalhadores, que persistem apesar das adversidades. “O trabalho que eles prestam para João Pinheiro, só quem vai lá para saber o que eles fazem no dia a dia”, destacou o vereador Flávio Gomes que concedeu uma moção de aplausos a Associação Natureza Viva em agosto deste ano.
O incêndio desta segunda-feira não destrói apenas um patrimônio material, mas atinge o coração de um projeto social e ambiental construído com imenso esforço, deixando as famílias que dependem da reciclagem sem seu local de trabalho e sem o fruto de semanas de esforço.
