Insegurança e medo são sentimentos que têm se tornado cada vez mais frequentes entre os moradores do bairro Alvorada, em João Pinheiro. A presença de usuários de drogas circulando e consumindo entorpecentes em vias públicas virou uma situação recorrente, especialmente nas imediações da Rua Maria Filomena, uma das mais movimentadas do bairro. Nesta semana, o flagrante de duas mulheres fumando crack em plena luz do dia reforçou a indignação da comunidade. O vídeo do flagrante circula nas redes sociais e escancarou a preocupação dos pinheirenses.
Relatos apontam que o problema não é novo e vem se repetindo ao longo dos últimos meses, com usuários ocupando espaços públicos com frequência. “A Nova Cracolândia tá formada aqui”, desabafou um morador.
O JP Agora procurou a secretária de Ação Social de João Pinheiro, Jessinaider Helena Couto Lima Lopes, para falar sobre o problema. Ela afirmou que o município tem atuado em parceria com a Polícia Militar para tentar controlar a situação. Segundo Jessinaider, todas as quintas-feiras são realizadas rondas sociais no bairro e em outros pontos da cidade, com apoio do CREAS e efetivo da PM disponibilizado pelo Capitão Daniel.
A secretária ressaltou que a Ação Social enfrenta limitações legais. “No caso apresentado, a Ação Social não tem poder de punição ou retaliação. Nós cadastramos essas pessoas, oferecemos banho, comida, encaminhamos para o CRAS e CAPS para acompanhamento e tratamento. Também conseguimos parcerias com clínicas de desintoxicação, mas poucos aceitam ajuda”, explicou.
Ainda segundo Jessinaider, a maioria dos usuários já possui passagens pela polícia por crimes como furto, roubo e tráfico. Ela lembrou que, pela Constituição Federal, essas pessoas têm direito de ir e vir, e que o poder público não pode obrigá-las a deixar determinados locais.
Apesar dos esforços da assistência social e das rondas realizadas, a sensação de insegurança no bairro Alvorada cresce a cada dia, refletindo um desafio que atinge também outras cidades de pequeno e médio porte: como enfrentar o avanço do uso de drogas em espaços públicos e proteger a população.