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Uso de óculos não faz parar o grau, esclarece oftalmologista

JP Agora conversou com o médico Ricardo Lobo sobre teste do olhinho, catarata e a importância do exame oftalmológico anual

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O JP Agora conversou com o oftalmologista Ricardo Lobo sobre os principais temas ligados à saúde ocular. Entre os assuntos tratados está o mito de que o uso de óculos, ou lentes de contato, impede que os graus da visão (por miopia, hipermetropia e astigmatismo) avancem.

“Às vezes a pessoa tem uma genética e mesmo usando o óculos ela vai desenvolver o grau. O óculos não paralisa o grau, mas corrige a visão. Se tiver que aumentar, vai aumentar pela natureza. Aí o médico vai corrigindo na medida em que progride”, esclareceu.

Apesar dos diversos tratamentos oferecidos atualmente para dar melhor qualidade de vida aos portadores de algum problema ocular, Ricardo Lobo enfatizou que a melhor forma de ter uma visão saudável é, desde cedo, comparecer ao oftalmo. “Quando você trata os problemas desde cedo, o olho é estimulado a se desenvolver, com tampão ou óculos, melhorando a visão”, afirma.

Desde o nascimento, os problemas oculares já podem ser identificados pelos especialistas. “O teste do olhinho é feito ao nascimento da pessoa, até os primeiros 30 dias de vida, para saber se ela não tem nada no olho que possa acometer a visão”, explica Ricardo Lobo, afirmando que o teste é fundamental para diagnosticar, por exemplo, doenças como a catarata congênita.

Idade escolar

Apesar do teste do olhinho ao nascer, os cuidados dos pais com os olhos dos filhos devem se estender por toda a infância e ganhar uma atenção especial na idade pré-escolar. “Se precisar de algum tratamento, é a época certa de cuidar”, recomenda o oftalmologista, exemplificando os casos de crianças que possuem um grau muito alto em um dos olhos e ausência no outro.

Segundo ele, nessa idade já pode ser feito um exame completo, assim como o realizado com jovens e adultos. “O exame anual não é baseado só em ver grau. A gente vê a córnea, cristalino, fundo de olho, nervo ótico”, cita.

O médico também chama a atenção para a necessidade de se buscar sempre um profissional de referência no mercado. Isso porque em muitos lugares são receitados óculos ou lentes de contato apenas com base em parâmetros apontados por aparelhos. Por vezes, nem mesmo um colírio é utilizado para a realização do exame.

“Se você não dilata para relaxar a musculatura, o aparelho pode apontar grau bem acima do normal”, alerta o oftalmologista, que complementa dizendo que, mesmo com a dilatação, nem sempre o grau apontado pelo aparelho é o receitado pelos médicos, já que é necessária uma análise técnica para chegar à melhor medida.

Trabalho e visão

O trabalho moderno, em muitas carreiras baseado no uso intensivo do computador, também tem participação em alguns problemas oculares. É comum as pessoas se queixarem de sintomas adversos como dor de cabeça, dor nos olhos, ardência e cansaço.

Apesar de um óculos de grau pequeno poder ser receitado pelo médico, para amenizar o incômodo, nem sempre as lentes são necessárias para resolver o problema. “Para muitas pessoas que ficam longos períodos em frente ao computador e no ar-condicionado um simples colírio lubrificante já ajuda”, afirma Ricardo.

Problemas de visão na idade

Conforme a idade avança, é normal que as pessoas apresentem problemas na visão. Segundo o médico, eles começam a aparecer depois do 40 anos, se enquadrando na original vista cansada.

“O termo vista cansada é muito usado popularmente, mas só serve para a pessoa a partir de 40 anos. Aquela pessoa que enxergou bem a vida inteira, mas depois começa a ter de esticar o braço para poder ler. Aí sim é a vista cansada original”, explica Ricardo Lobo.

Por fim, o profissional também chama atenção para a catarata. “A catarata tradicional, em decorrência da idade, normalmente ocorre a partir de 50 anos, por conta do envelhecimento do cristalino, que é a lente do olho. Com a perda da nitidez, quanto mais cedo o paciente fizer a cirurgia melhor. Porque a doença ainda está num estágio mais fácil de lidar”, diz.

Entretanto, nem todos os portadores da catarata, segundo o profissional, necessitam realizar o procedimento. “Somente quando a pessoa está com 70%, 60% da visão é bom operar”. finaliza.

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