A noite da última quinta-feira (24) em Patos de Minas terminou com tiros, gritos e o som de sirenes no bairro Jardim Esperança. Dois jovens, que mal haviam completado a maioridade, foram executados a tiros em plena rua, e uma mulher de 53 anos, que saía de uma igreja, acabou sendo atingida por uma bala perdida. A brutalidade do crime chocou os moradores e acendeu o alerta das autoridades para mais um episódio de violência na cidade.
As vítimas fatais foram identificadas como Carlos Daniel dos Reis Oliveira, de 18 anos, e Arthur Eduardo Lopes Correa, de 19. De acordo com testemunhas, eles estavam em uma motocicleta quando foram surpreendidos por um homem armado que se aproximou a pé. Mesmo tentando escapar, os dois foram perseguidos e atingidos por diversos disparos.
Carlos levou tiros no tórax, na face e na mão direita. Arthur foi baleado na axila e pelo menos cinco vezes na face. Ambos morreram ainda no local. Segundo o relato de testemunhas, o atirador, após derrubar os dois jovens, ainda teria efetuado mais quatro disparos com eles já no chão.
A mulher ferida, Ana Carla Cristo Chaulet, de 53 anos, havia acabado de sair de uma igreja na rua Jari — que cruza com a rua Alzino Martel, onde ocorreu o ataque. Ela foi atingida no pescoço por uma bala perdida e foi socorrida em estado grave por uma equipe do SAMU. Ana Carla segue internada no Hospital Regional Antônio Dias.
Jovens tinham agendamento em barbearia antes de serem mortos
Carlos e Arthur moravam em outra região da cidade e, segundo informações apuradas pela Polícia Militar, tinham horário marcado em uma barbearia localizada na rua Ponto Chic, próxima ao local do crime. Ainda não está claro o que os levou até o Jardim Esperança naquela noite, mas a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de emboscada.
Uma terceira pessoa, também jovem e que esteve na mesma barbearia, chegou a ser apontada como possível envolvido. Ele foi localizado em casa e, conforme informou a Polícia, recebeu os militares de forma tranquila e negou qualquer participação no crime. Até o momento, não há provas concretas que o liguem ao ocorrido.
O atirador foi descrito por testemunhas como um homem magro, de estatura mediana. Ele se aproximou a pé dos dois jovens, abriu fogo e, mesmo com eles tentando fugir com a moto, continuou atirando enquanto corria atrás. Após o crime, ele fugiu da mesma forma que chegou, a pé.
Segundo a perícia, foram muitos disparos. O número exato de tiros ainda será confirmado nos laudos técnicos, mas já se sabe que os ferimentos nas vítimas foram concentrados em regiões letais, o que aponta para uma execução premeditada.
A cena foi isolada por equipes da Polícia Militar logo após o crime, e peritos da Polícia Civil estiveram no local para realizar os levantamentos técnicos. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML), onde passaram por exames antes de serem liberados para as famílias.
Apesar de o crime ter ocorrido em uma área residencial, a polícia não conseguiu localizar até o momento imagens de câmeras de segurança que possam ajudar na identificação do autor. Moradores relataram que ouviram muitos tiros e que, após os disparos, houve gritaria e correria.
A Polícia Civil segue investigando o caso e pede que qualquer informação que possa ajudar a identificar o autor dos disparos seja repassada de forma anônima pelo Disque Denúncia 181.
A população está com medo com a violência e, principalmente, com a idade das vítimas. Carlos havia completado 18 anos em janeiro e Arthur tinha feito 19 em abril. Ambos eram jovens, sem histórico criminal conhecido, o que aumenta o mistério sobre o que motivou tamanha brutalidade.
Enquanto isso, familiares e amigos buscam respostas para o que aconteceu e pedem justiça. A cidade, mais uma vez, se vê diante da urgência de ações concretas para conter o avanço da violência.