ACE e comerciantes vão à prefeitura, que confirma revogação da Feira da Lua; feira local será organizada

A Prefeitura de João Pinheiro manteve a decisão de revogar o alvará de funcionamento da Feira da Lua, evento itinerante que estava previsto para acontecer de 23 de maio a 1º de junho no antigo Supermercado ABC. A confirmação foi dada durante uma reunião realizada na tarde desta terça-feira (20) com representantes da Associação Comercial e Empresarial (ACE), comerciantes e membros do Executivo municipal.

A Feira da Lua, em parceria com a Feira do Brás, chegou a João Pinheiro com a proposta de trazer variedade, preço baixo e oportunidade de economia para os consumidores da cidade e região. Segundo os representantes da feira, o evento ainda está programado para começar nesta sexta-feira, 23 de maio, e seguir até 1º de junho, das 9h às 21h, no antigo ABC, com estacionamento gratuito para o público. No entanto, com a revogação oficial do alvará, a realização do evento está proibida, salvo se os organizadores obtiverem nova autorização ou recorrerem judicialmente, como já ocorreu em outras cidades.

O encontro foi convocado após a grande repercussão em torno da liberação e posterior revogação do evento. De acordo com o Chefe de Gabinete, Danilo, a concessão do alvará ocorreu por um “erro material”. “Havia um despacho de indeferimento, mas mesmo assim o alvará foi liberado. Isso foi corrigido, e o alvará está oficialmente revogado”, afirmou.

Durante a reunião, ficou acordado que o comércio local irá se mobilizar para organizar sua própria feira, com produtos a preços acessíveis e apoio total da Prefeitura, como forma de oferecer à população uma alternativa justa e transparente, sem prejudicar o comércio da cidade. “Reunimos hoje com o comércio local, a pedido do prefeito Gláucon, que está em Brasília, e chegamos ao consenso de que os próprios comerciantes farão uma feira com preços acessíveis para a população, com todo o suporte do Executivo”, reforçou Danilo.

O presidente da ACE, Júlio Fresca, relembrou que a associação já havia notificado a prefeitura no início de abril, pedindo que o alvará da Feira da Lua não fosse liberado. Segundo ele, a associação foi surpreendida pela autorização, mas se manteve firme na defesa dos empresários da cidade. “Essa feira itinerante pode causar danos não só ao comércio, mas também à população. Você pode comprar um produto mais barato, mas sem saber a origem, sem garantia. Se tiver problema, você fica no prejuízo”, alertou Júlio.

A feira, organizada pelo comércio local, ainda não tem data divulgada, mas deve ocorrer em breve, com foco em preços populares, garantia de qualidade e apoio à economia da cidade. O caso envolvendo a Feira da Lua gerou ampla repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a presença de feiras itinerantes em municípios do interior. Para comerciantes pinheirenses, o episódio marca uma vitória da mobilização local em defesa da valorização do comércio que gera empregos, paga impostos e apoia a cidade o ano inteiro.

Situação parecida ocorreu em Paracatu

Caso semelhante aconteceu recentemente em Paracatu, onde a mesma feira teve o alvará revogado após pressão de comerciantes. A organização recorreu à Justiça e, após decisão desfavorável em segunda instância, conseguiu autorização do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para realizar o evento.

Os organizadores da feira disseram que já estão recorrendo judicialmente, como ocorreu em outras cidades. Por ora, o alvará foi revogado, mas o debate sobre os limites da concorrência e o equilíbrio entre feiras itinerantes e comércio local deve continuar.