InícioPolíticaBolsonaro diz que reajuste no gás é 'inadmissível' e defende troca na...

Bolsonaro diz que reajuste no gás é ‘inadmissível’ e defende troca na Petrobras

O discurso ocorreu nesta quarta-feira (7) durante a posse do novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, o general João Francisco Ferreira

Publicado em

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou de “inadmissível” o aumento de 39% no preço de venda do gás natural para as distribuidoras anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira (5).

“Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil? […] Não vou interferir. A imprensa vai dizer o contrário, mas pudemos mudar essa política de preço lá [na Petrobras]”, afirmou.

O discurso ocorreu nesta quarta-feira (7) durante a posse do novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, o general João Francisco Ferreira, no lugar do também general Joaquim Silva e Luna, que segue para a presidência da Petrobras. O evento ocorreu em Foz do Iguaçu (PR).

Ao questionar o aumento do preço do gás, Bolsonaro defendeu a troca no comando da estatal, criticando os ataques que recebeu pela mudança repentina, o que abalou o mercado na ocasião. Ele ressaltou que a medida busca maior transparência e previsibilidade nos preços dos combustíveis.

“O que nós queremos é transparência. Vocês têm que saber quanto o governo federal arrecada de imposto em cada combustível e quanto os governadores arrecadam nos mesmos combustíveis. Isso é pedir muito? A previsibilidade é para vocês, consumidores”, afirmou.

Ao lado do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), o presidente defendeu a provação do projeto de lei que muda a forma de cobrança do ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis. Segundo ele, o objetivo é dar previsibilidade de preços aos consumidores.

A ideia é definir um valor fixo por litro, e não mais sobre a média de preços das bombas. O texto ainda estabelece que a cobrança será feita diretamente nas refinarias, e não nos postos de gasolina.

“O que queremos com isso? Cumprir uma emenda constitucional de 2001, que diz do valor do ICMS em todo o Brasil. Do ICMS da gasolina, do álcool, do diesel, do gás. […] Estou pedindo algo de anormal ou interferindo em uma estatal? Ou estou querendo transparência?”, disse Bolsonaro.

O presidente defendeu que haja um acordo em torno do projeto. Caso não se chegue a um valor único de ICMS para cada combustível -como prevê a emenda constitucional de 2001-, que cada estado se responsabilize juntamente com a União com o imposto cobrado por cada item.

“Não podemos continuar vivendo a imprevisibilidade”, finalizou.
Durante a posse, Bolsonaro ainda defendeu trocas ministeriais recentes e criticou governos anteriores, que, segundo ele, não confiavam os comandos a profissionais técnicos.

“Comparem o nosso quadro de ministros com o de governos anteriores. Como se comportavam nossas estatais, nos bancos, nossos ministérios, como eram escolhidas as pessoas, com que critério? Não tinha como dar certo. Trocavam sempre seis por meia dúzia.”

No evento, o presidente quebrou o protocolo e pediu que o bispo de diocese de Foz do Iguaçu, Dom Sergio de Deus, fizesse uma oração. Assim como mais cedo, em visita à Chapecó (SC), Bolsonaro defendeu que o STF (Supremo Tribunal Federal) permita que igrejas e templos possam abrir mesmo com a situação crítica da pandemia no país.

A nomeação de João Francisco Ferreira para a Itaipu saiu na manhã desta quarta (7) no Diário Oficial da União (DOU). O mandato vai até 16 de maio de 2022. A posse ocorreu no Cineteatro dos Barrageiros, dentro da usina binacional, na fronteira com o Paraguai.

Embora oficialmente confirmada somente agora, a indicação do general Ferreira já havia sido anunciada pelo presidente na mesma data da indicação do general Silva e Luna para o comando da Petrobras, em 19 de fevereiro.

Ferreira é o 13º diretor-geral brasileiro da binacional e o quarto militar a comandar a hidrelétrica. O primeiro foi o general José Costa Cavalcanti (1974-1985), o segundo, o coronel Ney Aminthas de Barros Braga (1985-1990) e o general Joaquim Silva e Luna (2019-2021), último em atividade e que ficou por mais de dois anos no cargo.

Essa foi a sexta passagem de Bolsonaro pela cidade da tríplice fronteira desde que assumiu a presidência. Mais cedo, ele participou da inauguração da ampliação da nova pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, um dos 22 terminais do país leiloados nesta manhã por R$ 3,3 bilhões, passando a administração para a iniciativa privada pelo prazo de 30 anos.

Assinar
Notificar

Termo

Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do JP Agora. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O JP Agora poderá remover, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos ou que estejam fora do tema da matéria comentada. É livre a manifestação do pensamento, mas deve ter responsabilidade!


0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários