A chacina que vitimou sete vítimas na cidade de Sinop na última terça-feira (21) chocou todo o país em razão da brutalidade e frieza dos autores. O crime foi filmado por câmeras de segurança, o que auxiliou na identificação dos criminosos. Ezequias Souza Ribeiro, 27 anos, foi morto em confronto com a polícia nesta quarta-feira (22) em uma área de mata distante 15 km do centro de Sinop. Edgar Ricardo, 30 anos, estava foragido e foi preso nesta quinta-feira (23).

O crime brutal aconteceu em um bar no Bairro Jardim Lisboa em Sinop, norte de Mato Grosso, a 504 km de Cuiabá. No momento da chacina, 11 pessoas estavam no local, incluindo os dois autores, o homem que jogava sinuca com eles, o dono do bar e mais sete clientes.

Os autores Edgar Ricardo de Oliveira e Ezequias Souza são moradores de Sinop. Ezequias foi morto em confronto com a polícia, enquanto que Edgar foi preso nesta quinta-feira (23). A dupla usou uma espingarda calibre .12 e uma pistola calibre 38 para matar as sete vítimas.

Ezequias tinha passagens pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, roubo, formação de quadrilha, lesão corporal e ameaça, além de possuir um mandado de prisão em aberto. Já Edgar possui passagem por violência doméstica e possuía cadastro como CAC.

As vítimas

Larissa Frasao de Almeida, de 12 anos, estava no bar acompanhada de seus pais Raquel Gomes de Almeida e Getúlio Rodrigues Frasão Junior. Raquel sobreviveu, mas Getúlio não teve a mesma sorte. Orisberto Pereira Souza, 38 anos, era cliente do bar e estava no local acompanhado de Adriano Balbinote, 46 anos. Ambos morreram.

Josué Ramos Tenório, 48 anos, também era cliente do bar e parou para assistir a partida de sinuca e foi assassinado. Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 anos, também estava no local e foi morto.

Elizeu Santos da Silva chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Motivação

Edgar e Ezequias perderam jogos de sinuca valendo dinheiro e perderam mais de R$4 mil. O delegado do caso contou à imprensa que Edgar teria ficado revoltado com a derrota e, em seguida, deu um sinal para Ezequias, que rendeu todas as pessoas enquanto o comparsa pegava a espingarda calibre .12 no veículo. Logo na sequência iniciaram-se as execuções.

As investigações apontaram, ainda, que o suspeito Edgar e a vítima Getúlio combinaram, dias antes, de jogar sinuca valendo dinheiro no bar onde o crime ocorreu. Então, na manhã de terça-feira (21), os dois iniciaram as apostas. Edgar perdeu R$4 mil e foi para casa. Vencedor, Getúlio continuou no bar com a esposa e a filha, onde almoçaram e ficaram conversando com amigos.

Na parte da tarde, Edgar voltou acompanhado de Ezequias e os dois desafiaram Getúlio novamente. Testemunhas afirmaram que o clima no local era tranquilo e não houve discussão ou qualquer outro tipo de desavença. Os atiradores, então, perderam mais partidas para Getúlio e Edgar ficou revoltado, jogando o taco de sinuca em cima da mesa.

Neste momento, Edgar deu sinal para Ezequias buscar a espingarda no carro. Com a arma em punho, ele se aproximou e baleou Bruno, dono do bar, e depois atirou em Getúlio pelas costas, e depois com mais dois tiros na cabeça. Enquanto isso, Edgar disparava nas outras vítimas que estavam no local.

Três pessoas correram para fora do bar, dentre elas, a vítima Larissa de 12 anos. Após a execução, a dupla pegou o dinheiro em cima da mesa de sinuca e fugiram do local. Ezequias morreu em confronto com a PM e Edgar foi preso nesta quinta-feira (23).

De acordo com o delegado Bráulio Junqueiro, Edgar estava em um imóvel localizado na Rua Projetada, no Bairro Jardim Califórnia, onde se entregou.

“Quando chegamos ele abriu o portão, com a mão na cabeça e já se entregou. Nós o conduzidos para delegacia e, agora, vamos interrogá-lo e adotar as providências legais cabíveis ao caso”, disse.

O delegado afirmou que, informalmente, ele confessou o crime. “Não tem como negar. Ele também apresentou a versão dele informalmente, em off, pra gente. Vai responder por sete homicídios, todos qualificados”.