Diante de uma transmissão sem controle, mais uma triste estatística mostra a gravidade do atual momento da pandemia: pela primeira vez na história dos últimos séculos, morreram mais pessoas do que nasceram em Minas Gerais em abril. É o que revelaram os dados preliminares do Portal da Transparência do Registro Civil. Até o dia 12, foram 5.975 registros de óbitos nos cartórios do estado, ante 5.502 nascimentos – um saldo populacional negativo de 473 pessoas.
Em João Pinheiro – MG, segundo dados divulgados pelo Portal da Transparência do Registro Civil, 108 óbitos foram registrados, sendo que a causa de 42 foi a Covid-19. O número de mortes pelo novo vírus, no entanto, é menor do que aquele divulgado pelo boletim epidemiológico. Ontem, os dados da Secretaria Municipal apontaram 55 mortes confirmadas em razão das complicações da doença.
Menos nascimentos no estado; João Pinheiro fora da regra
Em março, quando a situação começou a se agravar por todo o estado, o mês terminou com quase 19.000 registros de óbito, contra pouco mais de 11.000 no mesmo período do ano passado, uma alta de quase 70%. Para além da letalidade excessiva que compromete os índices demográficos, o demógrafo do IBGE acrescentou ainda que a quantidade de bebês que nasceram também teve uma leve redução por conta da pandemia.
“Uma análise preliminar dos dados do ano passado também apontou para uma ligeira retração dos nascimentos. Muitas pessoas que planejavam ter um filho resolveram adiar”, disse.
Em João Pinheiro, este cenário não se repetiu. No período divulgado no Portal da Transparência, foram registrados 181 nascimentos contra 108 mortes, das quais, 42 motivadas pela Covid-19. As demais ficaram divididas da seguinte forma: 4 por insuficiência respiratória; 11 por pneumonia; 6 por septicemia; 6 por AVC; 2 por infarto e 4 por causas cardiovasculares inespecíficas.