Ex-coordenador da Casa de Acolhimento de João Pinheiro é denunciado por suposto desvio de benefícios de crianças

A Casa de Acolhimento Carla Alves de Queiroz, instituição responsável pelo cuidado de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em João Pinheiro, está envolvida em uma polêmica após denúncia encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O caso envolve suspeitas de uso indevido dos benefícios sociais destinados às crianças acolhidas, apontando o ex-coordenador Antônio Henrique Duarte como suposto responsável pelos saques indevidos, além de ausência na prestação de contas e retenção irregular dos cartões sociais dos acolhidos.

Segundo informações apuradas pelo JP Agora, as suspeitas indicam que os desvios podem ter ocorrido durante os últimos 2 anos, período em que Antônio atuou diretamente na gestão da casa. O valor dos supostos desvios pode chegar até R$ 50 mil. As crianças acolhidas possuem idades entre 4 e 17 anos.

Antônio Duarte assumiu a coordenação da Casa Carla Alves em 2023, após a antiga coordenadora ser afastada do cargo em decorrência de uma operação da Polícia Civil que investigou denúncias de maus-tratos contra as crianças acolhidas. Entre as acusações à época estavam castigos excessivos, como privação de alimentos e banhos frios.

No período em que esteve à frente da coordenação, Antônio recebia um salário mensal de R$ 5.859,93. Atualmente, trabalha como assessor parlamentar, recebendo um salário mensal de R$ 3.470,27.

Conforme denúncia recebida pelo Ministério Público, Antônio Duarte teria se apropriado dos cartões sociais de pelo menos três crianças acolhidas, e teria realizado saques sem que as vítimas ou seus responsáveis legais fossem informados. Ainda segundo a denúncia, mesmo após deixar o cargo de coordenador, em dezembro do ano passado, ele teria efetuado novo saque indevido dos benefícios em janeiro. Ainda o ex-coordenador teria deixado de apresentar a prestação de contas dos benefícios e dos gastos.

O MPMG já emitiu uma recomendação determinando que Antônio apresente, no prazo máximo de cinco dias, uma prestação de contas detalhada sobre os recursos recebidos em nome das crianças acolhidas durante sua gestão. Além disso, o Ministério Público solicitou a devolução imediata dos cartões que possam estar com ele, bem como a restituição integral de qualquer valor eventualmente utilizado de maneira indevida. 

Se comprovado o desvio dos recursos, o ex-coordenador pode pegar de 2 a 8 anos de reclusão. A reportagem segue acompanhando o caso, que está sendo investigado pelas autoridades competentes.

O JP Agora entrou em contato com o ex-coordenador e até o momento, Antônio Duarte não se pronunciou sobre o caso. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.