Minas sem queijo? O aumento no valor dos insumos pode fazer faltar o tradicional queijo nos mercados de Minas Gerais. Representantes de empresas de laticínios é que fazem o alerta.
Renato Saraiva, do Laticínio Dona Tota, reclama que o rebanho não dá conta de acompanhar a subida de preços. “Aqui na região uma vaca que produz 25 quilos de leite custa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil. Para compensar a produção eu teria que comprar até dez vacas, e esse investimento hoje é muito difícil”, afirma.
O produtor também reclama do aumento de preço da ração para o rebanho e até da carga de lenha de eucalipto – a entrega do caminhão carregado passou de R$ 2.300 para R$ 3.400 em menos de um ano. “Muita gente está desistindo de produzir”, reclama.
Diante dessas dificuldades, o mercado já sente os impactos, que devem piorar nos meses de seca. “Está faltando leite, está faltando o queijo. A crise só não está mais aguda por causa das chuvas que ajudam o produtor. Mas em julho e agosto pode faltar produto no mercado”.
Para tentar amenizar o problema, a estratégia é reduzir ao máximo os custos – o que provoca desemprego. “Às vezes a mão de obra diminui para a gente não colocar o produto com qualidade inferior. A gente precisa de um produto competitivo, e a margem de lucro está muito pequena”.
Com menos queijo no mercado, o preço deve aumentar. “Certo é que o valor do quilo do queijo e do litro de leite no mercado deve subir”, explica Saraiva.