Em um esforço para aprimorar a gestão e preservação da água em João Pinheiro, a ADESJOP Agro apresentou um estudo detalhado sobre a Bacia do Rio Caatinga na última terça-feira, 05 de março. Este trabalho técnico, que foi apresentado aos produtores rurais e autoridades no salão da OAB, visa fornecer uma base sólida para futuras ações de conservação na região, conhecida por sua extensa área e importância para o município.
Durante o evento, Artur Melo, presidente da ADESJOP Agro, enfatizou a relevância dos dados coletados, que não apenas apontam para a necessidade crítica de atenção às questões hídricas, mas também prometem auxiliar na resolução de disputas pelo uso da água. “Este diagnóstico abrangente nos permite entender profundamente o estado atual da bacia, desde a qualidade da água até o impacto das atividades humanas, proporcionando uma rota clara para melhorias sustentáveis,” explicou.
Ciro Leonardo Rabelo Coelho, Coordenador Regional do IGAM, reforçou a importância da Bacia do Rio Caatinga e a necessidade de uma gestão eficaz da água, destacando o papel vital do agro na economia regional e a dependência deste setor dos recursos hídricos disponíveis. “A Bacia do Caatinga é uma bacia importante para a região, que vem se desenvolvendo muito. É fundamental para que o agro tenha condição de continuar se desenvolvendo, pois sem água não há agro.”
Pierre dos Santos, do Instituto Antônio Ernesto de Salvo (INAES), contribuiu com uma análise profunda sobre a interação entre a gestão dos recursos hídricos e o desenvolvimento agrícola. “A Bacia do Rio Caatinga tem suas fragilidades que são naturais… Naturalmente isso vai acarretando ao longo do tempo alguns danos que hoje se nota, áreas de assoreamento nos rios, os próprios rios vão secando quando a chuva demora voltar,” explicou Pierre, evidenciando a complexidade dos desafios enfrentados e a urgência de medidas de manejo eficazes.
Usando a didática, Pierre comparou o solo com uma grande caixa d’água, que precisa ser preservada, facilitando o entendimento pela necessidade da realização dos estudos e, principalmente, da adoção de ações que melhorem o manejo da água.
“Se a gente não conservar a caixa d’água que se chama solo, a água vai bater na tampa, vai descer, vai escorrer e vai embora. Então precisamos trabalhar para que a caixa d’água esteja sempre aberta bem manejada para que a água infiltre e se armazene ali e ela gradativamente vai sendo liberada. Se eu faço qualquer dano a essa caixa d’água, naturalmente essa água bate com a chuva, vai causar escorrimento, erosão, vai assorear rio, vai causar enchente na cidade e todos esses danos quando vem chuva muito forte. Nossa função é orientar as pessoas como manejar bem o solo para que ele produza água o ano todo”, pontuou.
Este estudo, financiado em grande parte pelo SEBRAE e complementado por recursos da ADESJOP e dos produtores rurais, serve como um documento técnico abrangente, mapeando desde a qualidade da água até o uso do solo e práticas agrícolas. Com 180 páginas de diagnóstico e recomendações, ele oferece uma base sólida para a tomada de decisões informadas e ações futuras voltadas à preservação dos recursos hídricos.
A apresentação do estudo não apenas destacou a necessidade crítica de preservação e manejo adequado da água na região, mas também fortaleceu o compromisso com a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento responsável em João Pinheiro.