Durante seu depoimento diante do Tribunal do Júri, a ré Angelina Ferreira Rodrigues voltou atrás na sua versão anteriormente apresentada e afirmou que outra mulher matou a jovem grávida Mara Cristina Ribeiro no ano de 2018 e retirou o bebê que ela carregava. Logo no início do julgamento, os advogados de defesa questionaram uma testemunha sobre o seu possível envolvimento no crime, sendo ela a suposta autora apontada por Angelina.
A testemunha em questão era vizinha de Angelina. Ela foi questionada diversas vezes pelos advogados sobre sua relação com a ré, mas negou veementemente que tenha participado no crime de qualquer forma que seja. Então, no momento do depoimento, Angelina surpreendeu a todos e voltou atrás na sua confissão e disse que recebeu o bebê das mãos dessa mulher. A identidade da testemunha será preservada pelo JP Agora porque ela é considerada apenas como testemunha.
Angelina apresentava estar confusa mentalmente e abalada durante seu depoimento. Inicialmente, ela manifestou que iria responder apenas a defesa e aos jurados. Iniciadas as perguntas, então, Angelina disse que tem filhos de 23, uma de 17 e 15 anos. Ela relatou que perdeu a guarda por ser psicologicamente impossibilitada de cuidar deles.
Angelina respondeu que foi casada duas vezes e terminou seu primeiro casamento por sofrer agressões. Afirmou, ainda que há cerca de 50 registros na delegacia por causa dessas agressões.
A defesa perguntou se a mãe de Angelina sofria de depressão e ela disse que sabia sobre a condição de sua mãe que as pessoas que moravam na fazenda onde a família residia a chamavam de doida. A defesa também perguntou sobre a testemunha que poderia ter envolvimento com o crime e Angelina disse que ela era de dentro de sua casa e que ela organizou uma festa de aniversário para ela. Angelina disse, ainda, que a testemunha conhecia a Mara e que conversava com as duas. Angelina disse, também, que a testemunha é fumante e na época fazia uso de remédios, inclusive fazia “garrafadas” de chás naturais.
Angelina disse que a testemunha morava há muito tempo na rua de sua casa e que foi ela quem convidou a Mara para entrar dentro do mato para buscar folhas de pau e depois voltou com o bebê enrolado em um pano e o entregou em suas mãos. A partir daí Angelina disse que ligou para o seu marido poder lhe buscar as margens da BR-040, próximo ao Magalhães.
Diante das informações, a defesa solicitou uma acareação para apurar o depoimento de Angelina e da testemunha apontada por ela como sendo a autora do crime. A acareação já aconteceu e será objeto de uma nova reportagem que será divulgada nas próximas horas.