No dia 23 de outubro o brasileiro Paulo Costa, conhecido como Borrachinha, irá encarar o italiano Marvin Vettori na categoria dos médios (até 83,9kg) e além da pressão para poder ter o direito de encarar o campeão Israel Adesanya, há ainda outro objetivo por lutar.
O Brasil foi protagonista do UFC desde seu princípio, com Royce Gracie dominando os primeiros torneios e vários campeões ao longo das quase três décadas da organização. No masculino chegamos a ter três donos de cinturão ao mesmo tempo com Anderson Silva, José Aldo e Lyoto Machida/Shogun.
O período entre o final da primeira década do século XXI e o começo da década passada foi um auge, com Junior Cigano, Rafael dos Anjos e Renan Barão também sendo donos de cinturão.
Isso mudou um pouco. A globalização do UFC trouxe lutadores de vários outros países e a nova geração de lutadores nacionais está encarando desafios ainda maiores. Charles Oliveira (do Bronx), no peso leve, é nosso único campeão no masculino atualmente. No feminino Amanda Nunes continua soberana e em duas categorias diferentes, no peso galo e peso pena.
Borrachinha pode ser um campeão?
A trajetória de Borrachinha no UFC foi meteórica, com cinco vitórias entre 2017 e 2019 para completar seu cartel que já tinha oito vitórias em oito lutas em outras organizações.
Mas a luta contra Israel Adesanya pelo cinturão não correu bem. O nocaute técnico do nigeriano, que segue sendo o dono da categoria, foi em uma luta inegável. Borrachinha chegou a apresentar que o consumo de uma garrafa de vinho na noite anterior para tentar dormir prejudicou seu desempenho.
A luta foi em setembro de 2020 e desde lá duas aparições do brasileiro terminaram canceladas, com o atleta reclamando publicamente das negociações com o UFC e pedir um aumento na recompensa.
A situação desconfortável foi solucionada com a luta contra Marvin Vettori, que também já encarou Adesanya e foi derrotado duas vezes, ambas por decisão. O italiano não poupa palavras antes da luta e em entrevista à Betway chamou o lutador brasileiro de “superestimado” e “bêbado”, lembrando da última luta de Borrachinha.
Não bastando isso, no papo com a Betway, site de UFC bets, Vettori até previu como e quando irá vencer seu oponente, estipulando o segundo ou terceiro round e um nocaute.
Com certeza o brasileiro não ficará calado, até porque não é sua característica, e essa luta deve pegar fogo antes e durante o encontro no octógono.
Que brasileiro pode ter o cinturão?
Borrachinha ainda precisa de pelo menos duas lutas. Há alguém que está mais próximo do cinturão? Deiveson Figueiredo sem dúvidas é um dos grandes nomes do Brasil no UFC, mas depois de perder para Brandon Moreno no peso-pena em 2021, é de esperar que a terceira luta entre os dois demore um pouco.
Já Glover Teixeira tem sua luta marcada. No dia 30 de outubro, no UFC 267 em Abu Dhabi ele encara o polonês Jan Blachowicz pelo cinturão do peso-meio-pesado, a categoria que mais teve campeões brasileiros em sua história com três: Vitor Belfort, Lyoto Machida e Mauricio Shogun Rua.
Com 41 anos de idade, Glover pode ter seu ápice sete anos depois de perder a chance de ter o cinturão ao ser derrotado por Jon Jones por decisão. Depois daquela luta ele ainda perdeu para Phil Davis e precisou subir tudo de novo na organização. Desde a derrota para Corey Anderson em 2018, ele venceu cinco oponentes, com três finalizações e um nocaute técnico para ter nova chance de ser o campeão. Com 38 anos, Blachowicz também não é um garoto e provou que a categoria é sua até contra Israel Adesanya, que subiu de categoria para ver se conseguiria ser o dono também dos meio-pesados. Não deu certo.
O Brasil pode rapidamente voltar a ser uma força dominante nas categorias masculinas do UFC. Mas vai precisar suar para isso.
Que bela bosta