Adilson Ramos, de 28 anos, resolveu transformar sua loja de utensílios domésticos, localizada no bairro Nova Rosa da Penha, em Cariacica (ES), em um bar. Para atrair consumidores, o empresário capixaba teve uma ideia inusitada, que está fazendo sucesso nas redes sociais: ele batizou o novo empreendimento de “Caixaça Econômica”. A Caixa Econômica Federal, porém, não gostou da ideia.

Adilson contou que a ideia foi dele e de sua mulher, sócia do negócio. “A gente queria dar um nome e fomos pensando juntos. Daí nasceu esse. Fizemos a arte e ficou muito bom! Não imaginava que iria repercutir do jeito que foi”, disse, em entrevista ao UOL.

O bar começou a funcionar em julho, e em poucas semanas, viralizou. Um usuário do TikTok fez um vídeo na frente do estabelecimento, em 23 de julho, e desde então o nome está circulando nas telas de celular de todo o país.

“Meus irmãos, eu perguntei: ‘Luquinha, eu preciso depositar um dinheiro para um rapaz. Fazer um depósito. Onde é que tem um banco aqui?’ E ele falou: ‘Tem um banco ali’ [aponta para o estabelecimento]. Aí eu vim aqui e olha o nome… Prestei atenção e o nome é Caixaça Econômica”, se diverte o homem, identificado como Werbeth Luis. O vídeo já acumula mais de 2 milhões de visualizações.

“Ele é do Rio de Janeiro e fez o primeiro vídeo. Em um dia, teve um milhão de visualizações. E aí a visibilidade começou. Foi tudo muito rápido. Eu coloquei a placa, passou uns cinco dias ele gravou o vídeo e logo em seguida estourou”, comenta o empresário capixaba.

Nem todo mundo gostou

A fama foi tanta que chegou até a Caixa Econômica Federal, e agentes do banco bateram na porta do estabelecimento.

“A Caixa informa que já encaminhou notificação para a retirada imediata das marcas do banco de qualquer anúncio publicitário, ação promocional, fachada ou referência visual na internet. A Caixa é a titular exclusiva dos direitos de utilização das marcas institucionais e de produtos e serviços, sob o amparo da Lei n° 9279/96, Art.129 e Art.130. O banco esclarece que a utilização indevida de marcas constitui crime contra a propriedade intelectual, tipificado na referida lei ainda pelo art.189, inciso I, cuja pena prevista é de 3 meses a 1 ano de detenção, ou multa”, esclareceu o banco.

‘X’ vai virar ‘CH’

Após a notificação, o empresário decidiu mudar o nome, mas sem perder a fonética. “Eles pediram para tirar – e é o que a gente está fazendo. Vamos tirar o ‘X’, com a identidade deles, e colocar com ‘CH’, todo branco”, explica Ramos.

Mesmo viralizando, as vendas do estabelecimento não aumentaram, comentou. “O que aconteceu é muita selfie, muita gente tirando foto. A exposição foi grande, mas o público ainda é pequeno”, diz ele.

Ramos, porém, bolou uma estratégia para aproximar as pessoas que gostaram do nome, mas moram em outras cidades. Ele vai começar a produzir a “Cachaça Econômica”, para vender na internet.

“Eu desenvolvi uma cachaça com o nome. É de raízes e tem várias opções. É uma cachaça que eu já vendia em outro ponto, mas não tinha um nome. A ideia é vender pela internet. As pessoas querem tirar uma foto. Com a cachaça, elas podem fazer parte dessa história”, afirma.