O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) investiga o prefeito e o vice-prefeito de Riachinho como suspeitos de cobrar propina de um empresário que fornecia internet ao município. Neizon Rezende da Silva (Podemos) e Delon Maxixe (Podemos) teriam recebido R$ 2.000 mensais em troca da manutenção do contrato. O fato foi noticiado pelo JP Agora em novembro.
A denúncia foi feita pelo próprio empresário Wallas Luiz de Oliveira, que relata ter tido o acordo cancelado após formalizar as acusações contra os políticos. Ele afirma que passou a ser pressionado pelo prefeito para fazer o repasse, desde que o político assumiu a gestão, em janeiro de 2021.
“Paguei a propina porque eu precisava de provas. Se eu simplesmente chegasse e falasse o que estava acontecendo, dificilmente eu teria credibilidade”, afirma o denunciante.
Oliveira relatou à reportagem que, inicialmente, os pagamentos eram feitos a um segurança do prefeito. Uma gravação apresentada pelo empresário mostra o suposto repasse. Após três meses, o vice-prefeito também teria feito ameaças.
“Ele sempre pedia que o pagamento fosse em dinheiro. Quando atrasava, porque a prefeitura, às vezes, não fazia o pagamento, ele ficava me mandando mensagem e abordando na rua, dizendo que se eu não passasse, o recado do prefeito e do vice é que o contrato seria reincidido”, denuncia Oliveira.
O prefeito Neizon Rezende da Silva negou as acusações. “Sou o primeiro interessado a provar que isso não é verdade, que estão tentando fazer comigo é um desgaste político”, diz Silva. O prefeito também nega a veracidade da gravação que mostra o repasse da suposta propina.
“Esta história, pelos boatos que temos na cidade, é uma história longa. Inclusive, esse rapaz [o empresário] devia um dinheiro para ele [o segurança da prefeitura]. Já que trata-se de um problema pessoal, não quero entrar nesse mérito”.
O vice Delon Maxixe também nega as irregularidades. “Quero dizer para a população de Riachinho que isso é uma calúnia e uma grande difamação”, afirma.
Além da investigação no MPMG, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi aberta na Câmara da cidade para apurar o caso. O grupo tem 120 para apresentar um relatório sobre o tema.
“A acusação é em termo de, provavelmente, uma rachadinha. Temos que investigar para saber o que realmente está acontecendo. Não só sobre esta empresa, mas abrir uma ampla investigação para saber o que está acontecendo no município”, comenta o vereador Antônio Luiz Pereira (Solidariedade), presidente da Câmara Municipal.