A novela envolvendo a gestão de José Eduardo Simões Mendonça à frente do Cartório de Registro de Imóveis de João Pinheiro ganhou mais um capítulo. A assessoria do chefe do CRI encaminhou à redação do JP Agora uma nota e um vídeo que pode causar reviravolta no caso e terminar com uma funcionária processada por calúnia. Entenda os detalhes a seguir.

Na nota enviada à redação do site, a assessoria jurídica de José Eduardo Simões Mendonça afirma que tudo começou quando uma funcionária do CRI alarmou em suas redes sociais que o seu chefe teria enviado um homem para ameaçá-la. O fato aconteceu no dia 30 de julho e a mulher registrou um boletim de ocorrência afirmando que foi abordada pelo homem na Rua Astolfo Moreira.

Ainda de acordo com as informações repassadas pela funcionária do cartório para a PM à época do fato, o homem teria pedido para entrar no veículo que a funcionária conduzia e ela autorizou porque o conhecia. Já no banco do passageiro, ele teria começado a comentar, em tom de ameaça, sobre o processo trabalhista que ela estava movendo contra José Eduardo. A situação foi compartilhada pela funcionária em suas redes sociais no dia seguinte através de uma foto, que tinha como legenda a frase “O Sr. José Eduardo do cartório, mandou esse moço armado me abordar hoje pela manhã, ameaçou a mim e os meus filhos e depois ainda foi na delegacia e fez um boletim de ocorrência contra mim.”

Ocorre que o vídeo enviado pela assessoria de José Eduardo à redação do JP Agora mostra que a própria funcionária parou o carro e solicitou que o homem entrasse. Ela, inclusive, entrou na contramão e abriu a porta para que ele entrasse, contrapondo, assim, a afirmação de que ele teria a abordado e pedido para entrar. A assessoria jurídica de José Eduardo, então, utilizou-se dessa controvérsia para alegar que as ameaças não ocorreram e propuseram uma queixa-crime por calúnia.

Na sequência da nota, a assessoria afirma que a motivação para tais acusações falsas teria relação com o descontentamento da funcionária com sua saída do Cartório de Registro de Imóveis de João Pinheiro, o que a teria motivado, ainda, a divulgar os supostos áudios de José Eduardo que ensejaram todo o movimento contra ele na Câmara Municipal.

“Esses áudios foram inclusive utilizados pela Câmara dos Vereadores de João Pinheiro, levados pelo Sr. Eli Correa, e pelo Sr. Prefeito, que tem se utilizado da máquina pública para perseguir desafetos políticos”, afirma a assessoria do empresário.

José Eduardo afirma, ainda, que os áudios foram editados e recortados para criação de uma narrativa contra sua imagem e que não poderão ser aceitos como prova em processos. Na ocasião em que foi chamado para prestar esclarecimentos na Câmara Municipal, o chefe do cartório respondeu, por meio de sua assessoria jurídica, que a casa legislativa não tem competência material para lhe solicitar esclarecimentos e pontuou que já havia enviado a documentação ao Foro da Comarca de João Pinheiro, que detém a competência para averiguar as supostas acusações.

O JP Agora tentou levantar maiores informações sobre o andamento do boletim de ocorrência de ameaça registrado pela funcionária do cartório, mas, até o fechamento da reportagem, nenhuma resposta havia chegado para a redação do site. O vídeo encaminhado pela assessoria de José Eduardo integrará o processo.

A reportagem procurou a funcionária, Solange, apontada como autora da falsa denunciação, e, em reposta disse se pronunciará em breve.

O site seguirá acompanhando o caso de perto.