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Mulher acusa ex-diretor do Hospital Municipal de João Pinheiro de cobrar por cirurgia oferecida pelo SUS

A denunciante foi entrevistada pelo repórter Sputnik Voz do Povo e contou detalhes do que o próprio ex-diretor administrativo do Hospital Municipal chamava de “esquema”

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Uma pinheirense apresentou, na última segunda-feira (05), uma grave denúncia relacionada ao ex-diretor Administrativo do Hospital Municipal de João Pinheiro relacionada a suposta cobrança em dinheiro em troca de cirurgia realizada pelo SUS. A mulher procurou o repórter Jeferson Sputnik, do portal de notícias Sputnik Voz do Povo, e concedeu entrevista detalhando o que, segundo ela, o próprio ex-diretor administrativo do P.A chamou de “esquema” para facilitar a realização do procedimento cirúrgico.

A mulher, de 52 anos de idade, teve a identidade preservada para evitar retaliações. Na entrevista de pouco mais de 30 minutos, ela relata que ficou mais de um ano esperando por uma cirurgia e ouviu de terceiros que, para dar certo o procedimento, ela precisaria procurar o então diretor do Hospital Municipal, senhor Osmar Xavier, afastado do cargo recentemente por motivos os quais o JP Agora está impedido de falar por força de decisão judicial.

Osmar, então, teria cobrado R$650,00 (seiscentos e cinquenta reais) da paciente para agilizar a cirurgia, que seria realizada pelo SUS. Mesmo com o pagamento da quantia para uma pessoa indicada pelo ex-diretor administativo, o suposto adiantamento da cirurgia não aconteceu e ela só veio a conseguir a operação pelas vias legais neste ano, quando então descobriu que um dos tendões lesionados não teria mais solução.

O “esquema”

Diante da denúncia, o jornalista Jeferson Sputinik foi até a residência da mulher para entrevistá-la acompanhado do vereador Mário Luiz. Na oportunidade, o edil ressaltou que ele próprio já havia recebido outra denúncia do mesmo gênero contra Osmar e disse que já encaminhou tudo para o Ministério Público e para a Polícia Federal.

Assim como no caso da mulher entrevistada, Mário Luiz contou que a família que o procurou acusou Osmar de ter cobrado dinheiro para agilizar um procedimento cirúrgico realizado pelo SUS. Segundo o edil, os denunciantes apresentaram provas de que o dinheiro, efetivamente, foi pago. O JP Agora tentou buscar informações oficiais sobre as possíveis investigações do caso, mas não obtivemos resposta até então.

Segundo informado pela mulher na entrevista, basicamente, o que Osmar chamou de “esquema” consistia em, de fato, burlar o sistema do SUS em favor daqueles que pagavam a quantia em dinheiro.

“Já tinha mais de um ano que o meu encaminhamento estava na Secretaria de Saúde e continuava sentindo muitas dores. Aí eu fui orientada por uma pessoa para procurar o Osmar e ele marcou uma reunião na UPA. Chegando lá, ele falou que iria me ajudar, que se ficasse na Secretaria iria demorar mais uns dois, três anos, que era difícil sair. Aí ele foi e falou que ajudava a gente, usou o termo que ‘ia fazer um esquema’, e disse que eu teria que pagar uma quantia. Ele disse que não sabia o valor ainda, mas garantiu que, pagando, em três meses a cirurgia ia sair” disse a mulher.

Ainda de acordo com o relato da paciente, ela afirmou que confiou no tal “esquema” e passou um valor de R$ 650,00 para uma pessoa em Belo Horizonte.

“Confiei e aceitei. Passou uma semana, o Osmar mandou uma mensagem para o meu filho dizendo que tinha conseguido marcar uma consulta dia tal e era R$650,00 (seiscentos e cinquenta reais) e que era para passar o dinheiro para Assis, de Belo Horizonte, que ajudava ele no ‘esquema’. Chegando lá, fizemos a consulta e quando saímos esse Assis estava nos esperando. Ele chamou meu filho pelo nome e cobrou os R$650,00 (seiscentos e cinquenta reais). Então eu perguntei o porquê e ele disse que R$150,00 era da consulta e R$500,00 (quinhentos reais) para me colocar na fila do SUS. Isso eu fui no Hospital Clínico e Ciências Médicas São José, hospital público. O médico não me cobrou, eu passei o dinheiro para o Assis lá fora depois que fui atendida” disse.

Para conseguir passar a mulher na frente da fila do SUS, Osmar e Assis pediram que a pinheirense mentisse o endereço no ato da consulta realizada em Belo Horizonte, segundo ela apontou na entrevista concedida ao Jeferson Sputnik.

“Eles me disseram que iriam me colocar na fila do SUS lá em Belo Horizonte. Então, disseram que eu tinha que ter um endereço lá. Esse era o motivo dos R$ 650,00 que eu mesma passei para o Assis em mãos. Paguei de desespero porque já estava esperando mais de um ano e sentindo muita dor. Mesmo pagando, a cirurgia não saiu” relatou a mulher.

Risco de lesão permanente em razão da demora

Bastante emocionada, a mulher contou ao repórter Jeferson Sputnik, do portal de notícias Sputnik Voz do Povo, que conseguiu fazer a cirurgia pelas vias legais recentemente, sem interferência de Osmar ou de quem quer que seja, e que recebeu a notícia de que um dos tendões que lesionou não tem mais solução em razão da demora em fazer o procedimento cirúrgico, o que pode lhe acarretar lesões permanentes e irreversíveis.

Então, a mulher resolveu denunciar o “esquema” para que Osmar não prejudique mais ninguém, já que ela mesma disse ter ouvido do ex-diretor administrativo do Hospital Municipal que esta era uma prática comum dele.

“O Osmar falou para gente que costuma ajudar outras pessoas dessa maneira. Eu tinha arrebentado dois tendões e o doutor me disse agora que só conseguiu recuperar um devido a demora. Passou muito tempo e o outro acabou secando e aí conseguiu recuperar só um” disse a mulher ao repórter do Sputnik Voz do Povo.

O jornalista Jeferson Sputnik fez questão de questionar a mulher se ela tinha algum interesse em se contrapor com Osmar, alguma inimizade ou algo que pudesse levar a dúvidas quanto ao que ela estava denunciando. A pinheirense, então, respondeu firme que não possui nenhuma inimizade e que resolveu denunciar porque ficou bastante revoltada com o que passou.

Diante da alta relevância da matéria, notadamente o interesse público que reveste o assunto, o JP Agora solicitou ao repórter Sputnik Voz do Povo a sua autorização para também veicular esta reportagem. Antes da publicação, entramos em contato com Osmar Xavier para saber se ele queria se pronunciar, mas não obtivemos resposta até a publicação.

Entramos em contato, ainda, com o vereador Mário Luiz e ele confirmou que uma denúncia foi feita no Ministério Público de João Pinheiro e na Polícia Federal com comprovantes de PIX e relatos de outra pessoa vítima do esquema.

Por fim, esclarecemos aos leitores do JP Agora que o trabalho desempenhado pela imprensa pinheirense é pautado pelos princípios norteadores do exercício do jornalismo e que nenhum excesso jamais foi cometido. Como Osmar não atendeu ao contato do repórter antes da divulgação da matéria, nos colocamos à disposição para eventual direito de resposta, nos opondo VEEMENTEMENTE, no entanto, a qualquer tipo de censura superveniente à veiculação dos fatos aqui elencados.

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11 Comentários
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Justiça seja feita
1 ano atrás

Osmar smp foi mala

Punk
1 ano atrás

Tudo no Brasil é na base da propina , de tirar carteira de habilitação à operação no sus …….viva o Brasil da falcatrua .

junior coutoTdm a
1 ano atrás

Tem que investigar a enfermeira chefe TB e diretor dos médicos pois vai sair muita coisa errada ainda, trabalho quase 14 anos no hospital e vi tanta coisa errada ..

junior coutoTdm a
1 ano atrás

Minha irmã sofre demais com perseguição

Marcelle
1 ano atrás

Vamos dr uma olhada nos PSF do papagaio agua limpa e na direção do SESP

Pedro Paulo
1 ano atrás

Parabéns administração municipal pelas suas ótimas escolhas!

MM
1 ano atrás

Será se ela tem ciência que também irá responder por pagar pra furar fila? E na reportagem fica bem claro que ela sabia o que estava acontecendo… Tem dó, é cada uma.

Vou falar
1 ano atrás

O Edil Mario Luis está com tempo pra correr atrás desses “testemunhos”

Dai
1 ano atrás

Eu n acredito nessa historia.
Eu precisei de cirurgia
Conversei c sr osmar,n teve nada disso.
Meu parente foi operado e super bem atendido no pa.

Vou falar
1 ano atrás

Se é verdade ela teria ficado caladinha se já estivesse operada. Só existe corrupção se as pessoas forem coniventes. Essa denunciante pagou pra furar fila.

Ninguém presisa saber
1 ano atrás

História muito mal contada, pura mentira isso e querendo acaba com q vida do cara , tomara que ele consiga prova o contrário e prossesa ela, pra aprender